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Ato pró-Aécio com FHC e Ronaldo tem coro de ‘adeus PT’

Atmosfera antipetista, ofensas à presidente Dilma Rousseff e desejo de "mudança" marcaram evento tucano em São Paulo

22 out 2014 - 22h00
(atualizado em 23/10/2014 às 07h51)
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Os gritos de “fora PT” dominaram uma manifestação de apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, realizada na noite desta quarta-feira em São Paulo. Intitulado “Vem pra Rua” – uma referência aos protestos de junho de 2013 –,  o ato foi organizado por meio das redes sociais e levou cerca de 10 mil pessoas ao Largo da Batata, na zona oeste da cidade, de acordo com números atualizados da Polícia Militar.

<p>Militantes do PSDB entoaram o canto adeus, PT... adeus PT</p>
Militantes do PSDB entoaram o canto adeus, PT... adeus PT
Foto: Fernando Zamora / Futura Press

De cima de um carro de som, discursaram desde lideranças tucanas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador eleito José Serra até celebridades como o ex-jogador de futebol Ronaldo.

Embora a atmosfera antipetista já tivesse dominado os eleitores, coube a José Serra puxar um novo hino: “Adeus, PT... adeus PT”, entoou, sendo apoiado pelo público. “Nesses últimos 12 anos, as instituições democráticas foram arrasadas”, continuou Serra, referindo-se aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.

Em um dos discursos mais aguardados, FHC disse que o brasileiro “não aguenta mais corrupção”. “Temos que levar Aécio Neves à Presidência para que ele coloque o Brasil no caminho do crescimento econômico com distribuição de renda, com manutenção das políticas sociais que nós implantamos”, afirmou o ex-presidente.

Já Ronaldo aderiu ao lugar comum dos eleitores e disse que o povo “quer mudança”. É o que desejam, por exemplo, tanto a dona de casa Regina Raia, 67 anos, quanto a estudante de jornalismo Camila Gouvea, 20 anos. "Eu quero mudança. Chega de corrupção, chega de roubalheira. Chega de PT há 12 anos no poder", disse Regina. E o que a senhora acha das propostas do Aécio? "Acho que ele vai mudar o Brasil. É uma esperança para todos nós", respondeu.

"A gente quer uma mudança. A Dilma está há muito tempo no poder", afirmou Camila, esquecendo que a presidente está em seu primeiro mandato. "Precisamos de mais igualdade, mais oportunidades para quem precisa", continuou a estudante.

<p>"O ambiente para o empreendedorismo, que é uma necessidade humana, para que a pessoa vença pelo mérito, é mais propício com o PSDB", disse Marcello Gunther (primeiro à direita)</p>
"O ambiente para o empreendedorismo, que é uma necessidade humana, para que a pessoa vença pelo mérito, é mais propício com o PSDB", disse Marcello Gunther (primeiro à direita)
Foto: Débora Melo / Terra

O mesmo pensa o coordenador de um bloco de Carnaval de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, que levou integrantes da bateria para animar o evento. "Fora Dilma, chega de Dilma, está tudo zuado. Eu acredito em uma mudança. Não que o Aécio seja o melhor, mas vamos tentar", disse.

"Chefe de quadrilha"

Uma das declarações mais pesadas, contudo, ficou a cargo do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), que atacou Dilma e disse que a presidente deve ir "para a Papuda", em referência ao complexo penitenciário. "A chefe da quadrilha vai acabar na cadeia. Foi ela que mandou comprar a usina de Pasadena", afirmou. Foi a deixa, então, para que outros hinos antipetistas fossem puxados pelo público: "1, 2, 3, é Dilma no xadrez", e "ei, Dilma, vai tomar no c..." - que causou polêmica na abertura da Copa do Mundo.

Além da palavra "mudança" e dos gritos antipetistas a favor do "cidadão de bem", não faltaram referências a Cuba e ao comunismo, como também não faltou o hino nacional cantado em coro - e camisetas do Brasil. Para políticos e eleitores tucanos, o PT representa um risco à democracia do País.

<p>Camisetas da seleção brasileira dominaram ato pró-Aécio. "A gente quer uma mudança. Precisamos de mais igualdade", afirmou Camila Gouvea (à esquerda)</p>
Camisetas da seleção brasileira dominaram ato pró-Aécio. "A gente quer uma mudança. Precisamos de mais igualdade", afirmou Camila Gouvea (à esquerda)
Foto: Débora Melo / Terra

"Esta é uma manifestação de grande parte do povo brasileiro que quer mudança. A questão mais importante é a forma como o governo de Brasília trata o Estado e o povo. É uma ameaça à democracia do Brasil", afirmou Eduardo Jorge, que concorreu à Presidência pelo PV e agora apoia Aécio.

"A democracia está sendo ameaçada pelo unipartidarismo que o PT representa. Parece um ninho de cupim, comendo tudo, corroendo tudo. E o Aécio representa esse anseio de mudança", disse à reportagem o vereador Gilberto Natalini (PV), que foi candidato a governador de São Paulo nesta eleição.

Para o analista de investimentos Marcello Gunther, o risco à democracia é real. "É só estudar o que pregava Lenin e a União Soviética. É uma estratégia clara de tomar o Estado, comprando votos, inchando o Estado", disse. Segundo ele, votar no PSDB é votar a favor do empreendedor. "O ambiente para o empreendedorismo, que é uma necessidade humana, para que a pessoa vença na vida pelo mérito, é mais propício com o PSDB no poder", afirmou Gunther.

Com o encerramento dos discursos, os eleitores seguiram em passeata pela avenida Brigadeiro Faria Lima, sentido avenida Rebouças. Ao contrário do que aconteceu em todos os protestos organizados recentemente por movimentos sociais, a Polícia Militar não exigiu que os organizadores do ato informassem previamente o trajeto. "Não sei até onde vão", disse o capitão Evangelista, da PM, responsável pela segurança do ato.

Fonte: Terra
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