Bastidor de debate tem segurança reforçada, duelo entre campanhas e ajuda de Marçal a Boulos; veja
Debate foi promovido pelo Terra, SBT e Nova Brasil, nesta sexta-feira, 20
O sétimo debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pelo Terra, em parceria com o SBT e a rádio Nova Brasil, na manhã desta sexta-feira, 20, teve um clima bem mais ameno do que os anteriores. Apesar da apreensão inicial, que exigiu um reforço na segurança dentro e fora da emissora, não houve gritaria e as cadeiras --mesmo não parafusadas-- foram usadas apenas em sua funcionalidade tradicional.
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Dezenas de viaturas da Polícia Militar ficaram à disposição na portaria do SBT, em Osasco, a partir das 9h. Segurança que também se estendeu para a área interna da emissora, no local reservado para que os candidatos conversassem com os jornalistas antes e depois do debate.
À medida que os candidatos chegavam e falavam com a imprensa, já era possível sentir que o tom do debate desta vez seria mais tranquilo. Todos destacaram a intenção de apresentar propostas e deixar os ataques e as agressões de lado. E assim aconteceu. Até Pablo Marçal (PRTB) se conteve e não levantou a voz para ninguém, adotando uma estratégia mais "paz e amor".
O respeito predominou dentro e fora das câmeras. Em um determinado momento do debate, Guilherme Boulos (PSOL) --que estava posicionado entre Marçal e José Luiz Datena (PSDB)-- deixou a caneta cair, enquanto respondia uma pergunta de Ricardo Nunes (MDB). Gentilmente, o ex-coach pegou o objeto do chão e o colocou de volta no púlpito do adversário.
Nem parecia os dois candidatos que há pouco mais de um mês estavam discutindo por causa de uma carteira de trabalho --episódio que marcou o debate promovido pelo Terra, Estadão e Faap, realizado em 14 de agosto.
Os ânimos se mantiveram calmos também nos intervalos. Sem adjetivos pejorativos ou indiretas, os candidatos se mantiveram sempre muito focados em suas respectivas propostas. Nas pausas, no entanto, o segurança de Marçal sempre se colocava ao lado do ex-coach.
Duelo entre campanhas
Além dos políticos que disputam o cargo na maior cidade da América Latina, também marcaram presença vice-prefeitos, assessores e apoiadores. Paulinho da Força, presidente do Solideriedade que integra a chapa de Ricardo Nunes (MDB), chegou logo pouco antes das 11h. A vice-prefeita de Pablo Marçal (PRTB), Antonia de Jesus, também estava presente, assim como o senador José Aníbal, que apoia a candidatura de José Luiz Datena (PSDB).
Com a ausência de uma plateia, jornalistas e convidados assistiram ao debate de um lounge da TV. O espaço manteve o mesmo clima do estúdio. O silêncio era interrompido hora ou outra em meio a pequenos duelos entre as campanhas.
Logo no começo do segundo bloco, Marçal disse que o presidente Lula teria afirmado que quem ‘ganha mais de R$ 4.000 não vota mais no seu governo’ e arrancou risos da equipe da campanha de Marina Helena (Novo). Outro momento em que fez o mesmo público rir foi quando Tabata Amaral (PSB) chamou Marçal de "jogo do tigrinho".
Já a equipe do candidato do PSOL respondeu com gargalhadas quando Nunes pediu para que Boulos 'não baixasse o nível', ao ser questionado sobre a obrigatoriedade da vacina. Nesse momento, uma funcionária do prefeito tentou cortar a risada da campanha adversária com um 'boa'.
Os assessores de Boulos também reagiram com um 'ó', quando Nunes ganhou direito de resposta. Ao falar que São Paulo é a cidade com mais vagas de creche, uma das assessoras do mdbista gritou ‘verdade’, em mais um possível tentativa de parar as manifestações da equipe do oponente.
O ex-coach, pouco antes de falar sobre desenvolver um aplicativo para ajudar mulheres em situação de violência, afirmou que não citaria ninguém para não dar o direito de resposta, pois haviam “dois agressores presentes”, “cada um em sua modalidade”. A maioria dos presentes riu da afirmativa, alguns para expressar descrença e outros por diversão.
Por fim, o debate acabou de maneira amena e sem grandes emoções. Todos os candidatos pararam para dar uma coletiva na porta do estúdio. Boulos, Nunes, Tabata Amaral (PSB) e Datena falaram muito sobre Marçal, enquanto o ex-coach se comparou a ‘Jesus’ e ao presidente Lula, ao ser questionado sobre rejeição de votos.