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Bastidores: Bolsonaro ignora adversários e Thronicke diverte convidados em estúdio

Destaque também para o forte esquema de segurança no local; quem trabalhava no debate teve que passar por uma rigorosa revista

25 set 2022 - 00h23
(atualizado às 08h04)
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Lounge para convidados no debate presidencial
Lounge para convidados no debate presidencial
Foto: Terra

O debate presidencial realizado na noite deste sábado, 24, não teve brigas entre integrantes das campanhas como o da Band, mas quem estava no lounge nos estúdios do SBT se divertiu com frases curiosas de candidatos como Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB). No estúdio onde ocorreu o encontro entre os presidenciáveis, por outro lado, o clima era mais tenso.

+ Assista à íntegra do debate

O presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL), chegou sem cumprimentar seus adversários na corrida eleitoral. Apenas o Padre Kelmon, que fez dobradinhas com o chefe do Executivo, recebeu cumprimentos.

Já os assessores que acompanharam Bolsonaro estavam atentos aos pedidos de resposta. Destaque para Fábio Faria, ministro das Comunicações, e Fabio Wajngarten, secretário-executivo do Ministério das Comunicações.

A campanha de Soraya Thronicke também mirou em pedidos de resposta e chegou a tumultuar os bastidores do estúdio. O mediador Carlos Nascimento teve que dar bronca nos presentes para que o debate ocorresse sem interrupções. 

Ao longo do debate, foram 11 pedidos de resposta. Desses, quatro foram concedidos pelos jornalistas e advogados que analisavam os pedidos. Jair Bolsonaro foi o candidato que mais pediu e teve o direito de resposta concedido: foram seis solicitações, mas apenas duas foram concedidas para responder os candidatos Soraya, Ciro e Simone Tebet.

Vara curta e 'o que é, o que é?' arrancam risadas

Em outro estúdio dentro do SBT, um lounge foi montado para acomodar convidados dos candidatos e do pool de veículos de comunicação, formado por Terra, SBT, Estadão/Eldorado, Nova Brasil FM, Veja e CNN Brasil. O público reagiu pouco ao longo do debate, mas alguns momentos do encontro entre presidenciáveis divertiram os presentes.

O que mais gerou risadas foi a resposta de Soraya Thronicke para Bolsonaro: "Não cutuque onça com sua vara curta". Representantes do União Brasil, MDB e Novo não disfarçaram a risada com a provocação.

"Não cutuque onça com a sua vara curta", diz Soraya para Bolsonaro em direito de resposta:

Ao Terra, Gilvania Medeiros, do União Brasil e que faz parte da campanha de Soraya, disse que a fala da candidata foi "a verdade".

"O que nós, mulheres, temos vontade de falar para algumas pessoas que nos destratam", explica. "Com um bom humor e de uma forma muito inteligente, eu acredito que ela disse o que nós mulheres queríamos dizer, né?", completou.

Outra fala de Soraya que marcou foi a charada para o candidato do Novo, Luiz Felipe D’avila, em uma indireta a Bolsonaro.

Campanha de MDB e União Brasil riem de frases de Soraya Thronicke no debate
Campanha de MDB e União Brasil riem de frases de Soraya Thronicke no debate
Foto: Karen Lemos/Terra

"Candidato, você já brincou de 'O que é, o que é?'. Eu vou te perguntar: o que é, o que é: não reajusta merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado? Tira remédio da Farmácia Popular, mas mantém a compra de Viagra? Não compra vacina pra Covid-19, mas distribui prótese peniana pra seus amigos?", questinou.

A pergunta, que se referia a escândalos envolvendo o governo Bolsonaro, gerou gargalhadas entre os convidados que assistiam o embate.  Até mesmo Adrilles Jorge, apoiador de Bolsonaro e candidato a deputado federal pelo PTB, riu da pergunta. Mas, em entrevista ao Terra, ele afirmou que achou um absurdo a fala de Soraya

"Jamais me confessaria com o senhor", diz Simone Tebet (MDB) a Padre Kelmon (PTB):

A candidata Simone Tebet também chamou atenção ao discutir com o Padre Kelmon (PTB) sobre feminismo. O embate gerou certo clima de incomodo no lounge, principalmente quando Kelmon tentou interromper Tebet.

"Eu estou falando. A palavra é minha e, por favor, me respeite. Eu gostaria que repusessem meu tempo, por favor", disse Simone, para depois complementar: "O feminismo no Brasil precisa ser entendido não como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã".

No momento em que Kelmon brincou que "ouviria a confissão" de Tebet, integrantes da campanha do MDB no lounge riram com a sugestão. "Não, ela não quer se confessar", um garantiu.

Forte esquema de segurança

O bastidor do debate também foi marcado por um forte esquema de segurança. Quem trabalhava no local teve que passar por uma rigorosa revista, como aquelas de aeroporto. Antes do debate começar, inclusive, servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) chegaram a fazer vistoria no estúdio onde os presidenciáveis se reuniriam. A presença de policiais federais também era constante.

Debate presidencial contou com forte esquema de segurança
Debate presidencial contou com forte esquema de segurança
Foto: Karen Lemos/Terra

Por causa do esquema, alguns jornalistas perderam os minutos iniciais do debate. Como estavam na parte externa para acompanhar a chegada dos candidatos, tiveram que enfrentar uma fila para passar pelo detector de metais e revista de pertences.

Ausência de Lula

Outro assunto presente nas conversas dos bastidores foi a ausência do candidato Luiz Inácio Lula do Silva (PT), que teve o nome citado diversas vezes pelos opositores durante o debate. Entre os integrantes de campanha e aliados políticos no lounge, a opinião era a de que a estratéia de Lula foi desrespeitosa com o eleitor. Houve quem dissesse até que o ex-presidente parecia estar "com medinho" de debater.

"Correr de um debate é muito sério. Acredito que não tenha vindo porque a participação dele no debate da Band não foi boa. Ele sentiu muito as respostas do Bolsonaro. Acho que ele está querendo se proteger. Acredito que Lula ficou com medo", disse Elvis César, do PDT, em entrevista ao Terra

Com a ausência de Lula, seis presidenciáveis participaram do evento: Ciro Gomes (PDT), Soraya Thronicke (União Brasil), Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB).

Fonte: Redação Terra
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