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Bolsonaro admite problemas para a reeleição e pede união

Presidente voltou a atacar o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provável rival na disputa presidencial

17 jan 2022 - 10h44
(atualizado às 12h07)
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Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
25/10/2021 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 25/10/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Em meio a uma divisão na base que o apoiou em 2018 e queda na popularidade, o presidente Jair Bolsonaro admitiu impasses para seu projeto de reeleição em outubro e voltou a atacar o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provável rival na disputa presidencial. "A missão está posta, obviamente a gente vai ter problemas numa possível reeleição, mas temos que brigar para que nós não venhamos voltar atrás em função de tudo que já aconteceu no Brasil", disse Bolsonaro, que atacou a gestão do PT em função dos rombos na Petrobras.

Em entrevista à rádio Viva FM, do Espírito Santo, o presidente afirmou que tem "muitos apoiadores" no Estado e fez um apelo pela união dos aliados. Com um apoio majoritário da população à vacinação contra a covid, conforme pesquisas divulgadas recentemente, Bolsonaro afirmou que é preciso convencer o "outro lado", mas, respeitar a posição de cada um.

"Vamos cada um respeitar a posição do outro, quem é contra ou quem é a favor, seja o que for. Vamos tentar convencer o outro lado e, caso não possamos convencê-los, vamos seguir a nossa vida. Não vamos brigar entre nós. Afinal de contas, o bem maior que nós temos é a liberdade, não podemos perder por ter desavenças entre nós", disse o presidente.

Em aceno ao eleitorado evangélico, dividido nas intenções de voto entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente afirmou que agora o Supremo Tribunal Federal (STF) tem um ministro "terrivelmente evangélico" e que as decisões envolvendo pautas ideológicas cairão nas mãos de André Mendonça.

Jogos de azar

Jair Bolsonaro também afirmou na entrevista que os jogos de azar não são "bem-vindos no Brasil". O chefe do Executivo sinalizou que deve vetar a legalização da prática no País se um projeto de lei for aprovado nesse sentido. Nesse caso, ele lembrou que o veto pode ser derrubado no Congresso.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, pretende pautar o projeto da legalização a partir de fevereiro, com a volta do recesso parlamentar. Em dezembro, os deputados aprovaram um requerimento de urgência para a tramitação do projeto no plenário da Casa. Foram 293 votos a favor, 138 contra e 11 abstenções.

A bancada evangélica é contra a proposta, dividindo a base aliada de Bolsonaro no tema. Na entrevista, o presidente afirmou que deputados estão dizendo que aprovarão o projeto e que há maioria suficiente para derrubada de um veto. "Os jogos de azar não são bem-vindos no Brasil. Alguns falam que no começo seriam os grandes cassinos, não estaria aberto às pessoas mais humildes, mas é uma porteira que se abre e não sabemos o que pode passar por ela."

Empregos

Antes da divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil ultrapassou a marca de 3 milhões de empregos criados em 2021. "No mês de dezembro, ainda não pegamos esse números, estão para aparecer esses números. Então, até o final de novembro, foram 2,992 milhões de empregos. Dezembro, como é um mês atípico para melhor, nós ultrapassamos sim 3 milhões de empregos durante o ano de 2021", disse.

Para 2022, de acordo com o presidente, o governo vai investir em desburocratização e desregulamentação para combater o desemprego. Em meio à discussão sobre o futuro da reforma trabalhista, o presidente defendeu a mudança aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer. O tema causou ruído entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geral Alckmin, cotado para uma candidatura a vice-presidente na chapa do petista em outubro. "Mente quem fala que a reforma trabalhista retirou direitos do trabalho", disse Bolsonaro.

Estadão
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