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Bolsonaro critica esquerda, reforça discurso sobre segurança pública e Haddad agradece a Lula

Candidatos de PSL e PT se enfrentarão no segundo turno em 28 de outubro; troca de farpas já começou

8 out 2018 - 00h11
(atualizado às 08h05)
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Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT, se enfrentarão nas urnas novamente, pelo segundo turno das eleições de 2018, no próximo dia 28 de outubro. Os dois, porém, já começaram a troca de farpas neste domingo, 7, logo após o anúncio de resultados parciais que levaram os dois candidatos à próxima fase da disputa. Bolsonaro chegou ao segundo turno com 46,03% da preferência dos eleitores; já Haddad teve 29,28% dos votos.

Os dois fizeram pronunciamentos quase que simultaneamente, por volta das 21h30. A diferença foi o método de transmissão: enquanto Fernando Haddad fez um discurso televisionado, Bolsonaro preferiu apostar nas redes sociais e transmitiu seu pronunciamento em sua página do Facebook. Ao lado do economista Paulo Guedes, o "posto Ipiranga", ele defendeu máximas de sua campanha, como a segurança pública e o Estado mínimo, criticou a esquerda, agradeceu aos eleitores, mas não deixou de questionar os resultados.

Candidato do PSL fez discurso em sua página no Facebook
Candidato do PSL fez discurso em sua página no Facebook
Foto: Facebook/Jair Bolsonaro / Estadão

Urna. "Se tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro Presidente da República decidido no dia de hoje", declarou, acrescentando que vai exigir soluções junto ao Tribunal Superior Eleitoral, mesmo sem detalhar problemas que teriam acontecido. Ele também fez críticas, sem citar nomes em específico, à possibilidade de Haddad se afastar de Lula no segundo turno.

"Você vê nosso opositor dizendo que não vai mais visitar ninguém em Curitiba", afirmou. "Também quer fazer uma cartinha ao povo brasileiro", disse, em referência à Carta do Povo Brasileiro, documento assinado por Lula durante a campanha de 2002 e que o ajudou a vencer o pleito na época.

"Não podemos continuar flertando com o comunismo e o socialismo", afirmou ainda o capitão reformado, dizendo que seus rivais "quebraram grandes empresas brasileiras e arrebentaram com os fundos de pensões". O capitão também fez bravatas: "Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil".

No final da sessão, Bolsonaro ainda conclamou seus eleitores a permanecerem mobilizados. "Estou aqui porque acredito em vocês e vocês acreditam no Brasil. O objetivo do Executivo e do Parlamento é produzir felicidade. Até a vitória, se Deus quiser."

Oportunidade. Ao lado de sua mulher, Ana Estela, e da candidata à vice-presidência, Manuela D'Ávila (PC do B), Fernando Haddad iniciou seu pronunciamento agradecendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, aos familiares, aos eleitores que o levaram ao segundo turno. "A oportunidade é inestimável e precisamos aproveitar com senso de responsabilidade", disse o ex-prefeito de São Paulo. "É uma oportunidade de valor frente a frente, olho no olho. Sempre estive do lado da democracia e não vou abrir mão dos meus valores."

Em seu discurso, Haddad utilizou várias vezes a palavra "democracia" e disse que pretende enfrentar o debate "respeitosamente" contra Bolsonaro. "Vamos para o campo com uma única arma: o argumento", disse ainda, fazendo referência a um dos símbolos mais utilizados pelos correligionários do adversário durante a campanha. Neste domingo, 7, não foram poucos os registros em redes sociais de eleitores que declararam voto em Bolsonaro com imagens que incluíam armas de fogo.

Enquanto a militância presente buscava gritar cantos do Partido dos Trabalhadores, Haddad mostrava-se sério. "Essa eleição põe muita coisa em risco", disse ele, que diz pretender fazer um "governo para todos". Segundo o candidato petista, ele já entrou em contato com outros competidores na eleição em busca de eventuais apoios no segundo turno. "Marina, Ciro e Boulos mantiveram contato conosco", declarou o ex-prefeito de São Paulo.

Estadão
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