Bolsonaro diz que pode retirar Brasil do Acordo de Paris
O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países em 2015 e tem como uma de suas principais metas evitar o aquecimento global.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira que pode retirar o Brasil do Acordo de Paris de combate às mudanças climáticas, se eleito, uma vez que, segundo o candidato, as premissas previstas afetam a soberania nacional.
Bolsonaro, que em diversas áreas tem um discurso semelhante ao do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que retirou os EUA do pacto global do clima, afirmou que é desfavorável ao acordo porque o Brasil teria que "pagar um preço caro" para atender às exigências. Segundo ele, o acordo fere a soberania do país.
"O que está em jogo é a soberania nacional, porque são 136 milhões de hectares que perdemos ingerência sobre eles", disse Bolsonaro a jornalistas antes de um almoço com empresários do setor de seguros liderados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), no Rio de Janeiro.
"Eu saio do Acordo de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia, estou fora sim", acrescentou.
O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países em 2015 e tem como uma de suas principais metas reduzir a emissão de gases do efeito estufa, de forma a evitar o aquecimento global. Em junho deste ano, os EUA saíram do acordo por decisão de Trump, que havia prometido retirar o país do pacto internacional durante sua campanha presidencial.
Bolsonaro disse que, se eleito, pretende levar ao Congresso um debate sobre a demarcação de terras indígenas e autorização para a titularização das terras e exploração comercial de áreas protegidas que são ocupadas por indígenas e quilombolas.
"Tem muita reserva superdimensionada e os índios querem fazer na terra o que os fazendeiros fazem na deles. Queremos titularizar áreas indígenas e quilombolas também", afirmou. "No que depender de mim, lógico que tem que passar pelo Parlamento (a aprovação para exploração comercial nessas áreas)".
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