Bolsonaro diz que vídeo sobre canibalismo seria 'de 30 anos atrás'; entrevista ocorreu em 2016
Campanha de Lula veiculou vídeo dizendo que o presidente aceitaria 'comer carne humana'; TSE determinou remoção
O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de "sem cabimento" o fato de a campanha de seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter atribuído a ele a pecha de "canibal" em inserções de propaganda eleitoral. A equipe de comunicação do petista passou a veicular, na semana passada, um vídeo de uma entrevista concedida pelo chefe do Executivo a um jornal norte-americano em que ele relata ter considerado a possibilidade de "comer" um cadáver durante um ritual indígena.
Segundo o presidente, o vídeo é de "30 anos atrás". Contudo, o conteúdo foi publicado em seu canal no YouTube em 2016. Trata-se de uma entrevista concedida ao jornalista Simon Romero, do The New York Times. O artigo resultante da conversa foi publicado pelo jornal em 7 de maio daquele ano.
"Me rotularam de canibal esses dias, não tem cabimento uma questão dessa daí. Isso é um vídeo de 30 anos atrás numa reserva indígena yanomami, onde o indígena que morria era por três, quatro dias, o seu corpo era cozinhado, e depois os indígenas comem isso aí", afirmou o presidente nesta quarta-feira, 12, à TV Alterosa.
Como mostrou o Estadão, a escalada da agressividade entre os candidatos à Presidência marcou o retorno da propaganda eleitoral para o segundo turno. Além das inserções associando o chefe do Executivo ao canibalismo, também foram mencionados assuntos como suicídio, satanismo e temas religiosos.
No último sábado, 9, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção da propaganda que associa o presidente ao canibalismo. Na decisão, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino considerou que o PT veiculou propaganda negativa contra Bolsonaro com base em "grave descontextualização" de informações.