Bolsonaro é criticado por ex-ministros após sugerir mudanças no STF
Celso de Mello, ex-presidente do supremo, afirmou que proposta de Bolsonaro é para "controlar o Judiciário"
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) foi criticado ao dizer que "não descarta" colocar em debate a ampliação do número de ministros do STF em um eventual segundo mandato. A revelação foi dita em entrevista concedida à revista 'Veja'.
O ministro aposentado Celso de Mello, ex-presidente da Suprema Corte, afirmou que a proposta de Bolsonaro é para "controlar o Judiciário e comprometer a independência dos magistrados''. Também ex-presidente do STF e eleitor declarado de Bolsonaro, Marco Aurélio Mello classificou o projeto como "saudosismo" da ditadura.
Além da lembrança histórica, a sugestão de Bolsonaro foi comparada ao que aconteceu na Venezuela em 2003, quando Hugo Chávez conseguiu aprovar o de 20 para 32 ministros na suprema corte do país. A associação foi feita pelo empresário João Amoêdo, candidato à presidência em 2018 pelo Partido Novo.
No país, citado frequentemente por Bolsonaro, o então presidente Hugo Chávez conseguiu aprovar o aumento de 20 para 32 ministros na suprema corte, além de uma lei que permitia o afastamento de outros ministros por decisão do governo se suas condutas ferissem "o interesse nacional".
Medidas semelhantes contra o judiciário também têm sido adotadas por países governados por políticos autoritários, como no caso da Hungria, onde o Parlamento Europeu classificou como "autocracia eleitoral" o governo do nacionalista ultraconservador Viktor Orbán.