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Bolsonaro pede cassação de Haddad por turnê de Roger Waters

A campanha do PSL alega que músico pôs em prática 'ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa' contra Bolsonaro

26 out 2018 - 23h47
(atualizado em 27/10/2018 às 09h35)
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A campanha de Jair Bolsonaro (PSL) pediu nesta sexta-feira, 26, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que seja aberta uma investigação para cassar o registro do petista Fernando Haddad - ou até mesmo o diploma, caso o adversário seja eleito -, por conta de um suposto abuso de poder econômico com a realização da turnê do cantor Roger Waters, ex-integrante e um dos fundadores da banda Pink Floyd. O objetivo da ação é também declarar Haddad e sua candidata a vice, Manuela D'Ávila (PCdoB), inelegíveis por um período de oito anos.

A campanha de Bolsonaro alega que, em turnê pelo País, Roger Waters pôs em prática "ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa" contra Bolsonaro, beneficiando diretamente o adversário petista. O pedido de abertura da ação será analisado pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi.

O músico britânico Roger Waters, ex-Pink Floyd
O músico britânico Roger Waters, ex-Pink Floyd
Foto: Paulo Lopes / Futura Press

Os advogados eleitorais de Bolsonaro destacam que, em show do cantor em São Paulo, foi exibido no telão a mensagem "#elenão", um gesto definido como "instrumento de campanha negativa" contra Bolsonaro.

O pedido de investigação de Bolsonaro também mira a T4F Entretenimento, Time for Fun, que promove a turnê de Roger Waters. Procurada pela reportagem, a empresa não havia se manifestado até a publicação deste texto. A campanha de Bolsonaro acusa a empresa organizadora de eventos de promover shows em benefício da candidatura de Haddad, "utilizando-se de propaganda negativa em showmício de grande alcance e divulgação".

Os advogados de Bolsonaro ainda alegam ao TSE que, no dia 24 de outubro, em show no Maracanã, Roger Waters "fez uso da morte da vereadora Marielle Franco para atacar a campanha de Jair Bolsonaro, novamente exteriorizando íntima ligação com a campanha petista".

"Recebeu no palco Luyara Santos (filha), Mônica Benício (viúva) e Anielle Franco (irmã). Durante o evento, Roger Waters associou a morte de Marielle Franco a Bolsonaro ao puxar o coro #EleNão", acusa a defesa do candidato do PSL.

Sobre show ocorrido em São Paulo para um público estimado de 45 mil pessoas, os advogados de Bolsonaro alegam que a mensagem contra o candidato do PSL "reverbera para além do espaço em que se realizou o show, pois alcança mídia e redes sociais, produzindo poderoso impacto no processo de formação do juízo do eleitor quanto ao pleito presidencial 2018".

"De mais a mais, no atual estado de ânimo da sociedade brasileira, movida por forte polarização, é um risco imenso à segurança de 45 mil pessoas incitar controvérsia política da forma como realizada. Pessoas presentes ao espetáculo se sentiram acuadas e o evento se transformou em disputa de espaços, o que gerou, inclusive, risco à integridade física dos presentes", relatam os advogados.

Restrições

A Justiça Eleitoral do Paraná já mandou advertir a produção do show do cantor Roger Waters para as restrições às manifestações políticas. De acordo com a lei eleitoral, elas estão proibidas a partir das 22 horas do dia que antecede as eleições. Dessa forma, Waters, que tem usado seus shows no Brasil para se manifestar politicamente, só poderá fazê-lo na primeira meia hora do espetáculo, marcado para começar às 21h30 deste sábado, 27.

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