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Bolsonaro se comporta como se fosse pedófilo, diz Lula no podcast 'Flow'

Durante participação no 'Flow Podcast', ex-presidente fez críticas à postura de Bolsonaro; entrevista bateu recorde de audiência

18 out 2022 - 20h45
(atualizado às 23h13)
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Lula participou do 'Flow Podcast' nesta terça-feira, 18.
Lula participou do 'Flow Podcast' nesta terça-feira, 18.
Foto: Reprodução/YouTube/Flow Podcast

Perguntado se acreditava que o presidente Jair Bolsonaro (PL) era pedófilo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu: "Ele se comporta como se fosse". A declaração foi dada por Lula durante entrevista ao podcast "Flow" na noite desta terça-feira, 18. O programa foi conduzido pelo apresentador 'Igor 3K' e teve duração de quase duas horas.

"O comportamento dele no caso das meninas da Venezuela é de um pedófilo, e ele percebeu isso e, por isso, ficou apavorado", afirmou o petista e candidato à Presidência da República."Ele fala as coisas ao vivo e não mede as consequências. Ele tem uma propensão de falar bobagens, de mentir. Eu não estava acostumado a fazer política assim. Com ele é impossível. Na rede social, ele faz ato com cinco pessoas e fala que é uma multidão. E muita gente se deixa enganar por isso", acrescentou Lula.

Na última sexta-feira, 14, em entrevista a um podcast, Bolsonaro contou que, durante um passeio de moto por Brasília, ao ver "meninas bonitas" de 14 e 15 anos, "pintou um clima".

No podcast, o presidente ainda relatou que pediu para visitar a casa onde elas viviam. Segundo o chefe do Executivo, elas estavam se arrumando para "ganhar a vida". As declarações viralizaram nas redes sociais e foram usadas pela oposição para associar Bolsonaro à pedofilia.

Nesta terça-feira, em um vídeo gravado ao lado da primeira-dama Michelle e da embaixadora da Venezuela no Brasil, María Teresa Belandria, Bolsonaro criticou a esquerda, afirmou que suas declarações sobre meninas venezuelanas foram tiradas de contexto e pediu desculpas caso suas "palavras" tenham sido "mal entendidas" e provocado "algum constrangimento".

"As palavras que eu disse refletiam uma preocupação da minha parte no sentido de evitar qualquer tipo de exploração de mulheres que estavam vulneráveis. A dúvida e a preocupação que foram levantadas foram quase que imediatamente esclarecidas à época pela nossa (então) ministra da Mulher, Damares Alves, que foi ao local e constatou que as mulheres citadas na live eram trabalhadoras", disse Bolsonaro.

Críticas a Bolsonaro e aliados

Ainda durante entrevista ao "Flow", Lula afirmou que "Bolsonaro é um mentiroso compulsivo" e alegou que o presidente e sua campanha são produtores de fake news. "Inventam coisas sem critério. São capazes de dizer que vaca voa, é uma verdadeira fábrica de mentir a campanha do Bolsonaro. São as mentiras mais perversas que você possa imaginar. O cara levanta 1h da manhã para contar mentira, no caso das venezuelanas, culpando o PT pelo que ele falou", disse ele, defendendo medidas educativas contra notícias falsas.  

O ex-presidente também fez críticas a Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e senadora eleita pelo Distrito Federal, que é apoiadora de Bolsonaro. Ele relembrou a denúncia que ela fez sobre tráfico sexual de crianças na Ilha de Marajó, no Pará, que, até o momento, não foram comprovadas e que ela alega terem sido baseadas em conversas que teve com populares na rua.

Lula ainda rebateu acusações de bolsonaristas de que ele iria fechar as igrejas. "Eu, em 2003, assinei a Lei de Liberdade Religiosa. E, em 2010, o Dia da Marcha Para Jesus. Eu defendo todas as religiões e não vou fechar igrejas", disse.

Ódio do PT

Ao ser questionado sobre o ódio que muitas pessoas têm do seu partido, o PT, Lula afirmou: "Você acha que a elite brasileira engoliu de graça o PT registrar a empregada doméstica, fazer com que as pessoas pobres da periferia chegassem até a universidade? Nós fizemos a maior política de inclusão social do Brasil. As pessoas passaram a ganhar mais, o salário mínimo aumentava todo o ano". 

Ele também defendeu que o partido não "pode abandonar as periferias" e afirmou que pretende ampliar políticas públicas voltadas às classes mais baixas e promover medidas de preservação da Amazônia. 

O ex-presidente também voltou a criticar Sérgio Moro. "Eu considero que a sacanagem que fizeram comigo e me prenderam fez com que o Bolsonaro ganhasse as eleições. O Moro é mentiroso. A sentença dele contra mim diz que eu fiz um 'ato indeterminado'. Graças a Deus, provei o contrário do que ele dizia e sai da cadeia maior do que entrei, e estou aqui, candidato. Voltei sem mágoas, não acredito que valha a pena ser vingativo, quero cuidar do povo brasileiro". 

Liberação da maconha

Durante a entrevista, Lula foi perguntado sobre a liberação da maconha. O ex-presidente afirmou que isso deve ser tratado pelo Congresso e pelo STF.

“Essa não é uma questão que o governo tem que tratar. Essa é uma questão que ou trata o Congresso Nacional ou a Suprema Corte cuida”, declarou.

Recorde de audiência

A participação de Lula no canal 'Flow Podcast', no YouTube, bateu recorde de audiência

Às 20h40, a transmissão no canal do Flow no YouTube contava com um total de 1.093.402 webespectadores simultâneos. Quando Bolsonaro participou do programa, em 8 de agosto de 2022, cerca de 558 mil pessoas acompanharam a entrevista às 21h02 daquele dia.

Bolsonaro no 'Flow'

O 'Flow Podcast' recebeu o presidente Jair Bolsonaro em agosto deste ano. Na ocasião, Bolsonaro repetiu mentiras e distorções sobre uma ampla gama de temas, do golpe militar de 1964 à eleição de 2018. Ele também voltou a defender que o Exército possa comprar Viagra e próteses penianas com dinheiro público e afirmou que a maioria dos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) têm "viés de esquerda"

Em um período de 12 horas, trechos cortados da entrevista do presidente ao podcast somaram 2,78 milhões de visualizações no TikTok, principal plataforma de vídeos curtos do mundo. A maior parte dessa audiência — 1,5 milhão de visualizações (55%) — foi para trechos com desinformação ou ataques a adversários, à imprensa e à urna eletrônica. 

Fonte: Redação Terra
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