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Bolsonaro contraria o próprio vice e defende 13º salário

Hamilton Mourão questionou benefício em palestra a lojistas; presidenciável disse que se trata de desconhecido da Constituição

27 set 2018 - 14h32
(atualizado às 14h41)
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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto à Presidência da República nas eleições 2018, publicou no twitter uma mensagem que contradiz uma declaração de seu candidato a vice, general Hamilton Mourão, que afirmou que o 13º salário e o pagamento de adicional de férias são "jabuticabas" - ou seja, só ocorrem no Brasil.

Na mensagem, postada na tarde desta quinta-feira, 27, Bolsonaro diz que "o 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição)". "Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição", declarou.

A frase de Mourão foi dita em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul: "Temos umas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário", disse Mourão. "Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Como a gente arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais", completou. "São coisas nossas, a legislação que está aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo."

O candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro
O candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro
Foto: Adriano Machado / Reuters

Não é a primeira vez que Mourão dá declarações polêmicas na campanha. Neste mês, Mourão defendeu uma Constituição elaborada por não eleitos e a ideia de que filhos criados por mães e avós, sem a presença do pai, correm mais risco de entrar para o tráfico. As declarações causaram irritação na campanha de Bolsonaro que determinou que ele reduzisse as atividades eleitorais. A campanha quer estancar o desgaste provocado por declarações polêmicas dos dois aliados.

Outro assessor de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, também recebeu a ordem para evitar declarações públicas após declarar no dia 18 de setembro que estudava uma proposta para eventual governo a criação de um imposto nos moldes da antiga CPMF, o que põe em xeque o discurso da campanha de redução de imposto. Ambos, foram desautorizados pelo candidato do PSL.

O vice de Bolsonaro disse que o País deve ter uma "implementação séria" da reforma trabalhista do governo Temer e criticou o imposto sindical obrigatório, extinto com a reforma, em 2017, ao afirmar que essa taxação "é o maior custo que existe em cima da atividade produtiva".

Mourão comentou sobre realizar uma "liberalização financeira" atrelada a uma abertura comercial "lenta, gradual e segura". "Essa abertura não pode ser um escancarar de portas. Ela terá que ser igual à distensão para o período final do governo militar, como fez o presidente (e general Ernesto) Geisel", disse. Mourão também falou em "partir agressivamente para exportar" e em "destravar o Mercosul", que classificou como "feira ideológica".

Sobre a fala do economista Paulo Guedes sobre recriar a CPMF, Mourão disse que, "para que ocorra algum tipo de imposto dessa natureza, os outros devem ser baixados". O vice de Bolsonaro também criticou desonerações e afirmou que se deve "paulatinamente organizar tudo isso". "(As desonerações) não podem ser cortadas da noite para o dia", afirmou.

Em sua fala, o general defendeu uma "disciplina fiscal". "Terá que ser produzido um ajuste fiscal. Sem o ajuste, o governo vai fechar e isso vai importar em sacrifícios de toda ordem", disse. Mourão afirmou que esse ajuste deverá ser feito "pelo enxugamento do Estado" e com renegociação dos juros da dívida pública.

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