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Bolsonaro vai explorar episódios de corrupção

A ordem da campanha é "porrada" em Haddad, tanto nas redes quanto na TV

8 out 2018 - 08h27
(atualizado às 09h18)
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Logo que saíram as primeiras parciais da votação da disputa pela Presidência, no início da noite deste domingo, 7, o candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, e os aliados mais próximos se levantaram para comemorar uma vitória ainda no primeiro turno. Na sala da casa do presidenciável, em um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, palmas e gritos cessaram quando, minutos depois, o grupo percebeu que ainda haveria um segundo turno.

Bolsonaro só demonstrou estar convencido de que ainda disputaria um novo round com Fernando Haddad (PT) por volta de 19h30, quando a TV mostrava que 68,27% dos votos estavam apurados. Agora, a orientação da campanha é, nas palavras do presidente do PSL, Gustavo Bebianno, de "porrada" no rival, sem tréguas nas redes sociais e no horário eleitoral gratuito. E a estratégia já entrou em funcionamento no domingo.

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

"O Partido dos Trabalhadores financiou ditaduras via BNDES; anulou o legislativo no mensalão; tem tesoureiros, marketeiros (sic) e ex-presidente na cadeia por corrupção; quer acabar com a Lava Jato, além de controlar a mídia e internet. Se alguém ameaça a democracia, esse alguém é o PT!", escreveu Bolsonaro, no fim da noite, em uma rede social. "Nosso país é grande e próspero, não uma facção criminosa para ser comandado de dentro da cadeia", continuou. Ele não se pronunciou oficialmente no domingo.

Com o anúncio oficial de que haveria segundo turno, o capitão reformado começou a definir as ordens para a equipe. A campanha partirá para afagos no eleitor de Ciro Gomes (PDT) - sua equipe acredita que a migração de votos do terceiro colocado pode não ir totalmente para Haddad.

Corrupção

O restante do roteiro para o início do segundo turno já estava escrito: foco em escândalos de corrupção do PT, mas também uma humanização ainda mais forte da imagem de Bolsonaro.

A campanha ainda desenvolverá peças sobre os planos do candidato para a segurança pública e para o aumento da oferta de emprego, segundo relatos de dois integrantes da equipe.

Bolsonaro se concentrará em entrevistas e publicidade exclusivas para o Nordeste, única região do País onde foi derrotado pelo petista.

Nos dez minutos que terá no horário gratuito da TV, o grupo definirá os espaços para ataques ao PT e para propostas de governo, segundo o general Augusto Heleno Ribeiro, um dos conselheiros do candidato.

Porrada

Pela manhã, Gustavo Bebianno, um dos principais integrantes da equipe do candidato, planejava os próximos passos da campanha. Segundo ele, o tom da publicidade e dos discursos seria de mobilização e foco no ataque ao concorrente.

"É porrada", afirmou. "O confronto vai ser direto. Com o PT não tem conversa. Vamos com força, não vamos ter piedade com os erros e os males do PT."

Bebianno afirmou ainda que, durante a campanha, os petistas foram "desleais" e "baixaram o nível". "Estamos preparados para o confronto." Uma pacificação será necessária, na avaliação do presidente do PSL, mas isso deverá acontecer somente depois do resultado final das urnas, no dia 28. "Depois das eleições é diferente. É governar para todo o Brasil." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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