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Bolsonaro xinga adversários e retoma ataques ao Supremo

Sem citar nome de Lula, presidente faz provocações diretas aos governos petistas e reitera críticas à Corte

9 fev 2022 - 16h38
(atualizado às 16h46)
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Em discurso marcado por palavrões durante visita à Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte, o presidente Jair Bolsonaro disparou uma série de ofensas a rivais políticos e renovou o clima tenso e de crise com o Supremo Tribunal Federal. Sem citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez insultos ao petista ao mencionar supostas contratações realizadas pela Funai.

"Durante a transição, após as eleições, estávamos conversando sobre o que estava acontecendo com o governo anterior, como estava o governo. Descobrimos que a Funai tinha um contrato de R$ 50 milhões para ensinar o índio a mexer com Bitcoin. Ah, vá para a puta que pariu, porra. Desculpe o palavrão", afirmou Bolsonaro.

Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Foto: Alan Santos/PR

O presidente fez referência à suspensão realizada pela ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, a respeito de um contrato de R$ 44,9 milhões previsto entre Funai e a Universidade Federal Fluminense, a respeito do uso da criptomoeda. Bolsonaro fala reiteradamente do projeto desde 2019.

Em baixa nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro não citou Lula, mas fez uma provocação direta com relação ao ex-presidente. "Querem botar o fala mansa lá? Botem. Quem vai pagar a conta? Vocês, pô", afirmou Bolsonaro. "Desviaram R$ 2 trilhões. E tem gente que tem saudade desses canalhas. Todo mundo sofre no Brasil em consequência desses canalhas."

Bolsonaro está em tour pelo Nordeste para inaugurar trechos da transposição do Rio São Francisco. Ele aposta na megaobra de infraestrutura e no Auxílio Brasil para fortalecer sua imagem no Nordeste, região onde Lula tem a maior força eleitoral.

O presidente também reiterou críticas indiretas ao STF. Em mais um episódio de tensão com a corte desde que descumpriu a determinação do ministro Alexandre de Moraes e se recusou a prestar depoimento na Polícia Federal, Bolsonaro recusou a pecha de antidemocrático. "Não prendi deputado, não desmonetizei página de ninguém", declarou, em crítica indireta à Suprema Corte. "Alguns falam que presidente é mal-educado, fala palavrão, mas eu não roubo".

Em suas declarações, o presidente disse que o governo vai tentar controlar a inflação crescente e voltou a reclamar da política de preços da Petrobras, culpando governadores pelo preço dos combustíveis. "Não tenho poder de chegar na Petrobras e falar 'está congelado, diminui preço do combustível'. Até gostaria de ficar livre da Petrobras, porque me acusam de uma coisa que não tenho responsabilidade", acrescentou, jogando a culpa da alta dos preços de combustíveis em governadores pela cobrança de ICMS.

O chefe do Executivo ainda repetiu que não errou em nenhum momento durante a pandemia de covid-19 e voltou a usar expressões pejorativas para se referir a nordestinos. "Minha esposa é filha de um cabra da peste, de um cabeça chata".

Bolsonaro se queixou de não poder represar a água do Rio São Francisco em território potiguar em razão das populações ribeirinhas. "Virou questão política por parte da governadora (Fátima Bezerra, do PT). É dar atenção a minorias que lutam pelo direito a 'não barragens'. O que é isso? Por causa de 10, 15 famílias?", questionou. "Espero que em breve isso seja solucionado".

Estadão
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