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Boulos chama Nunes de 'fantoche do governador' após ausência em debate: 'Se esconde embaixo da saia do Tarcísio'

Candidato à prefeitura de São Paulo criticou o prefeito Ricardo Nunes após a ausência do adversário em mais um debate no 2º turno

17 out 2024 - 11h09
(atualizado às 13h05)
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Guilherme Boulos (PSOL)
Guilherme Boulos (PSOL)
Foto: Reprodução/YouTube/UOL

O candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), criticou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) após a ausência do adversário em mais um debate no segundo turno da campanha nesta quinta-feira, 17. Boulos o chamou de "fantoche" do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acusando o prefeito de fugir das responsabilidades e de se esconder sob a influência do governador.

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"Mais uma vez o Ricardo Nunes fugiu. Ele já havia, durante três anos e meio, fugido das responsabilidades de prefeito, só veio trabalhar no tempo de eleição. Agora, nessa semana, fugiu das responsabilidades dele em relação ao apagão, jogando sempre para os outros, nunca assumindo seus erros. E hoje, foge do debate, porque tem medo de debater ideias. O que eu quero dizer pra vocês, e vocês sabem, o povo de São Paulo é um povo corajoso, o povo de São Paulo é um povo que não foge à luta, e São Paulo não aceita covarde. São Paulo despreza covarde. Eu tenho certeza que esse recado vai vir nas urnas no dia 27", afirmou o candidato do PSOL durante sua participação no debate promovido por pela RedeTV, UOL e Folha de S. Paulo.

Em seguida, Boulos chamou o prefeito de "fantoche" do governador. "É lamentável, inclusive, ele se esconder embaixo da saia do Tarcísio, o que mostra que meu adversário nessa campanha não é o Ricardo Nunes. O Ricardo Nunes é um fantoche que representa interesses políticos de um projeto do governador que quer ter sua base aqui na capital pra usar de trampolim, pra deixar o governo e tentar a presidência".

Boulos ainda relatou que Nunes também cancelou a presença no debate que ocorreria nesta sexta-feira, 18, e convocou o público para uma nova oportunidade de debater com eles propostas. "Hoje eu vim aqui, mas amanhã eu vou debater com você. Não é porque um dos candidatos tem medo do debate que São Paulo vai ficar sem debate nesse segundo turno. Eu quero convocar todos amanhã, 10 horas da manhã, na Praça Ramos, em frente à escadaria do Teatro Municipal. Vai ter o meu púlpito e o púlpito do povo. E vou responder perguntas de todos que apareceram lá."

A ausência de Ricardo Nunes no debate foi justificada pela sua assessoria, que emitiu um comunicado afirmando que o prefeito foi chamado para uma reunião extraordinária com o governador Tarcísio de Freitas, motivo pelo qual não pôde comparecer ao evento promovido pelos veículos de imprensa.

"Desde a tempestade de sexta-feira passada, foram desmarcados diversos compromissos da campanha à reeleição, dando prioridade às urgências da Prefeitura. Estão em vista os cancelamentos de outras agendas eleitorais, por conta das mudanças climáticas previstas para sexta-feira. A campanha de Ricardo Nunes lamenta a ausência no evento de hoje e solicita a compreensão dos organizadores, do candidato adversário e do público", diz a nota.

Os jornais organizadores do debate afirmaram que a assessoria de Nunes cancelou a participação no evento no início da madrugada desta quinta-feira.

Apagão em SP

Na primeira parte da sabatina, Guilherme Boulos criticou a atuação da Enel e a gestão de Ricardo Nunes diante da crise de apagões em São Paulo, depois do temporal que deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica.

Ele afirmou que "essa crise só vai acabar quando tirar a Enel e o Ricardo Nunes da prefeitura", afirmando que tanto a empresa quanto o prefeito como responsáveis diretos pelo problema. Segundo Boulos, a Enel é uma empresa "horrorosa que presta um péssimo serviço", agravado pela redução de funcionários e pela demora no restabelecimento de energia.

Durante a sabatina, o candidato defendeu que irá remover a concessionária da cidade. Ele prometeu que, se eleito, trabalhará para encerrar o contrato da Enel. Boulos também afirmou que houve falta de ação de Nunes em relação à poda de árvores. Segundo o candidato, uma das causas das quedas de energia foi a derrubada de árvores que já deveriam ter sido removidas pela prefeitura. "Uma dessas árvores caiu em cima de uma perua escolar. Essa árvore havia sido pedido de poda e remoção para a prefeitura há dois anos", afirmou. "Ricardo Nunes fugir das suas responsabilidades não cola", acrescentou

Ao ser questionado sobre a visão de que a Enel seria a maior culpada pela crise, Boulos argumentou que, além da empresa, a fiscalização estadual também falhou, citando a ARSESP (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), e afirmando que "todos os conselheiros, inclusive o presidente, foram indicados pelo Tarcísio".

"O Ricardo Nunes é um caso interessante, porque ele não poda árvore, ele não retira árvore, ele não faz relatoria da cidade durante três anos, e a culpa do apagão é do vento, da chuva, do Lula, dele nada". O candidato ainda ironizou a atuação do prefeito ao afirmar que durante o apagão atual, ele "colocou um 'coletinho' para fingir que trabalha".

Boulos destacou que, embora ele tenha condições de ir ao mercado repor o que perdeu na geladeira, muitos moradores não possuem esse privilégio, e isso gerou perdas significativas para comerciantes e famílias de baixa renda com o apagão. Quando questionado sobre o que faria de diferente caso já estivesse na prefeitura, mencionou seu plano de combate às mudanças climáticas e à gestão de situações extremas. Ele afirmou que estudou soluções internacionais e destacou a necessidade de modernizar o sistema de poda de árvores em São Paulo.

"Várias metrópoles do mundo usam sistemas de monitoramento da saúde das árvores via satélite e por chipagem. São Paulo praticamente não usa. A poda é um manejo e precisa ser acompanhada por engenheiros agrônomos, e a prefeitura hoje tem um quadro de 180 profissionais, o que é insuficiente. Vou propor uma parceria com o Governo Lula para iniciar o enterramento dos fios a partir das regiões mais vulneráveis", disse.

Apoio do PT 

Ao ser questionado sobre supostas divisões no PT em relação à sua candidatura, Boulos refutou qualquer desentendimento, afirmando que tem o apoio do presidente Lula e de Marta Suplicy como vice. Para ele, o foco está em “derrotar o candidato do Bolsonaro e do apagão em São Paulo”, referindo-se a Ricardo Nunes como um “fantoche” que não governa a cidade. A disputa, em suas palavras, é entre "deixar a cidade como está com Ricardo Nunes" ou "apostar numa mudança sólida e verdadeira".

O candidato também garantiu que, caso assuma a prefeitura, pretende se reunir com o governador Tarcísio e o presidente Lula para discutir os principais problemas da cidade. Ele destacou que "o fato de ser adversário político não quer dizer que na hora de governar não se trabalhe junto" e disse que parcerias são essenciais para resolver os desafios da capital.

Mobilidade e educação

Na sabatina, Boulos também se posicionou contra a ideia de implementar pedágios urbanos para os mais ricos, afirmando que a solução para a mobilidade deve ser democrática. Ele mencionou a necessidade de retomar projetos de corredores de ônibus. "Vou tirar do papel os corredores que já têm projeto, como Radial Leste e Corredor Norte-Sul, para reduzir o tempo de deslocamento de quem usa transporte público em São Paulo."

Em relação à articulação política na Câmara dos Vereadores, ele reconheceu o desafio de governar com uma base que não é necessariamente favorável ao seu projeto. "Quando você sente e dialoga, nem sempre o resultado final sai do jeito que você queria no início. Você vai ter que negociar."

Ele também comentou sobre a questão da educação e o uso de celulares nas escolas. Boulos reconheceu a complexidade do tema. "Eu sou contra [celulares na sala de aula]. Mas precisamos ponderar o papel que o celular e a internet têm como elementos de pesquisa no processo educacional."

Fonte: Redação Terra
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