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Boulos, Nunes e Tabata trazem para a propaganda eleitoral os padrinhos Lula, Bolsonaro e Alckmin

Políticos serão levados ao horário eleitoral gratuito, que começa nesta sexta-feira, na tentativa de fortalecer imagem de candidatos com os eleitores; Datena aposta na própria figura de apresentador para alavancar desempenho; Marçal, Marina Helena e demais candidatos ficam de fora por conta das regras eleitorais vigentes

29 ago 2024 - 09h41
(atualizado às 10h36)
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Resumo
Horário eleitoral gratuito em São Paulo tem destaque para candidatos em campanha para a prefeitura.
24/08/2024 - ELEIÇÕES / COMÍCIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa de comício dos candidatos a prefeito e vice-prefeita, Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT), no último sábado, 24, no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. FOTO:Werther Santana/Estadão
24/08/2024 - ELEIÇÕES / COMÍCIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa de comício dos candidatos a prefeito e vice-prefeita, Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT), no último sábado, 24, no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. FOTO:Werther Santana/Estadão
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin não disputam a corrida eleitoral pelo comando da Prefeitura de São Paulo de 2024, mas serão destaque do horário eleitoral gratuito que começa nesta sexta-feira, 30. Diante do avanço do influenciador Pablo Marçal (PRTB) junto ao eleitorado da capital, os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) resolveram trazer seus padrinhos políticos para os primeiros programas que serão veiculados em rádio e TV, na expectativa de ampliar o leque de simpatizantes entre ouvintes e telespectadores.

José Luiz Datena (PSDB) terá uma estratégia distinta: sem um apoiador de renome, mas muito conhecido, o apresentador de TV quer que sua imagem apareça o máximo possível para que a população entenda que, desta vez, ele é realmente candidato na cidade.

Boulos é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Nunes aparecerá ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tabata quer ressaltar a ligação com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), fiadores da sua candidatura.

Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não têm direito à propaganda eleitoral gratuita porque seus partidos não cumpriram a chamada cláusula de barreira. O mesmo ocorre com os candidatos Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP).

Nunes deve aproveitar seu extenso tempo de televisão para atacar Marçal. Uma das peças produzidas pela campanha resgata uma declaração polêmica do influenciador em que ele afirma que mulheres não deveriam permitir que seus maridos tenham amigas, porque "um homem de verdade não tem amiga". Outro episódio que será destacado é o relato de que Marçal tentou, sem sucesso, fazer uma mulher em cadeira de rodas voltar a andar.

Boulos quer tom propositivo

Interlocutores de Guilherme Boulos afirmam que o programa eleitoral do candidato manterá um tom propositivo, com foco em apresentar soluções para a cidade. O candidato do PSOL terá 2 minutos e 22 segundos por dia, além de 20 inserções diárias.

Pesquisas qualitativas às quais a campanha teve acesso mostram que a imagem de "radical" é o principal motivo para eleitores não votarem em Boulos. Por isso, as peças para a TV evitarão um tom agressivo contra os adversários. No entanto, aliados reconhecem que, se necessário, Boulos partirá para o confronto.

A presença de Lula e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, na propaganda eleitoral também é esperada. Ambos gravaram cenas com o candidato no sábado, 24, na casa de Boulos, no Campo Limpo, na zona sul da capital, antes do primeiro comício com Lula. No entanto, aliados próximos evitam confirmar se o presidente aparecerá já na primeira propaganda eleitoral. "Um pouco de mistério faz bem", disse um coordenador da campanha ao ser questionado sobre o assunto.

Tabata e Datena terão menos de um minuto

Sem partidos aliados, Tabata Amaral e José Luiz Datena terão, respectivamente, 30 e 35 segundos no horário eleitoral. Cada um terá também cerca de 5 inserções por dia. Apesar de viverem situações similares, os ex-aliados — Tabata queria Datena como vice para garantir o apoio do PSDB e dobrar seu tempo de propaganda — têm estratégias diferentes.

A deputada do PSB apostará em duas frentes: conteúdos propositivos focados nos planos para a cidade e as presenças do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Márcio França, marido de Lúcia França, sua vice na chapa, nas peças de campanha.

A campanha pretende veicular peças que apresentem os planos de governo de Tabata, adotando um tom diferente dos conteúdos veiculados nas redes sociais, nas quais a candidata tem seguido uma estratégia mais crítica e combativa, especialmente contra Marçal — tática que será mantida ao longo da corrida eleitoral.

Quanto à presença de Alckmin e França nas peças de campanha, a expectativa é que o histórico de ambos com o eleitorado paulista ajude a alavancar o nome de Tabata nas pesquisas eleitorais. De acordo com o coordenador de campanha, Orlando Faria, ambos são bem avaliados pelos eleitores e, por isso, estarão presentes durante toda a campanha eleitoral na TV. "Vamos aproveitar esse capital político", diz Faria.

Datena aposta em 'presença televisiva'

Já a campanha de Datena vai focar a estreia do horário eleitoral no que considera ser o maior ativo do candidato: sua presença televisiva. A estratégia é explorar a presença de tela dele para mostrar à população que o Datena que ela conhece há anos agora é candidato a prefeito.

A avaliação é que o maior desafio será fazer as pessoas saberem que o apresentador disputa o cargo de prefeito. Os temas prioritários que ele vai explorar estão alinhados aos de maior preocupação do eleitorado: segurança e saúde.

Nas agendas que Datena faz, segundo a campanha, as pessoas se aproximam para tirar selfies com a "estrela" da televisão, que conduz um programa policial há décadas, e só descobrem o lado político quando alguém, ou ele mesmo, se apresenta como tal. "Ele tem muita desenvoltura na televisão, sabe falar de uma maneira que é compreendida pela população e não lhe falta credibilidade. Vai fazer toda a diferença", diz um dos coordenadores da campanha.

Estadão
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