Boulos tenta se aproximar de eleitores em mercado municipal, e funcionários não o reconhecem

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) teve um almoço agitado no Mercado Municipal de São Miguel Paulista nesta quinta-feira, 24. Ele chegou ao local rodeado de apoiadores emocionados. Embora muitos o tenham acompanhado sorridentes, alguns funcionários do mercado demonstraram sequer saber quem ele era.

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Antes do almoço, o candidato visitou o projeto social da Associação Pescando e Resgatando Vidas e também participou de mais um Debate na Rua, uma aposta de sua campanha para conquistar votos em um cenário onde acumula 35% das intenções de voto, contra 49% de Ricardo Nunes (MDB), conforme mais recente pesquisa Datafolha.

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Por volta das 12h, Boulos chegou ao local na zona leste e logo foi cercado por um mar de eleitores. Em meio a gritos, ele tirou fotos e gravou vídeos para quem pedisse. Ainda do lado de fora, concedeu entrevista a jornalistas, na qual comentou sobre a agenda movimentada da última semana: “Virei votos, conversei com pessoas, ouvi o que gostei e ouvi o que não gostei. Porque quem quer se colocar na política tem que ter essa coragem. Inclusive de ouvir o que não gosta. É assim que tem que ser.”

O candidato também aproveitou para criticar Ricardo Nunes: “Faria bem para meu adversário descer do pedestal e vir ouvir as pessoas.” Em seguida, a "procissão" até o restaurante foi retomada.

Acompanhado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), Boulos escolheu um prato simples, com o tradicional arroz, feijão, carne e salada. Porém, foi interrompido por um eleitor que se aproximou para reclamar sobre o cenário político: “É só balela. É um jogo de interesses. O PT, a esquerda e a direita perderam a essência”, disse o homem. Alguns apoiadores se irritaram e tentaram interromper a conversa, mas a equipe de Boulos interveio, deixando o homem falar.

O pequeno espaço, com cerca de uma dúzia de mesas, foi esvaziando aos poucos quando Boulos retornou à sua mesa. Cerca de 15 minutos depois, antes mesmo de terminar o prato, o candidato se levantou, conversou com mais apoiadores e se retirou, levando consigo toda a movimentação.

Com o silêncio de volta ao local, foi possível ouvir conversas de diferentes grupos que sequer sabiam quem havia causado o alvoroço momentos antes. “Quem que estava ali?”, perguntou uma das funcionárias do restaurante onde o candidato almoçou. Outra respondeu: “Não sei. O governador Boulos.” A primeira retrucou: “Político, tudo a mesma coisa.”

Outras pessoas fizeram a mesma pergunta, poucos sabendo identificar que se tratava de um candidato à prefeitura a apenas três dias do segundo turno.