Boulos vai a Brasília discutir parcerias com Lula e ataca Nunes: 'Por politicagem, ele não aceitou dinheiro do governo federal'
Antes de embarcar, o psolista disse que, caso eleito, irá buscar parcerias com todos, até com o governo do Estado, de Tarcísio de Freitas
O candidato Guilherme Boulos (PSOL), que disputa a Prefeitura de São Paulo no 2º turno das eleições contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB), atacou o adversário ao dizer que, por politicagem, ele não aceitou dinheiro do Governo Federal. A fala ocorreu antes do embarque do psolista para Brasília, na manhã desta quinta-feira, 10, onde encontrará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir parcerias e gravar participações no programa eleitoral, que volta às rádios e TVs nesta sexta-feira, 11.
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"Vou encontrar Lula e também o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar as propostas que vamos ter agora nesse segundo turno, em particular aquelas que precisamos de parceria com o Governo Federal. Para além disso, vamos fazer gravações com o presidente Lula para o nosso programa na TV", disse em conversa com jornalistas antes de embarcar em voo que sai do Aeroporto de Congonhas (SP) com destino a Brasília.
Segundo o colunista do Terra Guilherme Mazieiro, entre as propostas que serão discutidas, uma delas é o programa de crédito para mulheres empreendedoras de pequenos negócios.
Boulos também disse que, caso eleito, irá buscar parcerias com todos, até com o governo do Estado, de Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Vou buscar parcerias independente das questões políticas, mesmo com o governador apoiando o meu adversário".
Ao comentar o assunto, o psolista criticou o atual prefeito e disse que, por causa dele, São Paulo parou no tempo. "Temos um prefeito pequeno, que não só foge de debates [Nunes não participou do encontro organizado pela CBN nesta quinta-feira], mas também das responsabilidades (...) O prefeito trabalhou com politicagem com parcerias contra o Governo Federal", declarou, e citou exemplos:
"São Paulo recebeu menos do Minha Casa Minha Vida, o Governo Federal abriu um programa de crédito para ônibus elétricos e ele nem inscreveu São Paulo nisso. O Governo Federal tinha dinheiro para construir um centro oncológico no centro da cidade e, por politicagem, ele não liberou o terreno. Na cabeça dele, são programas do Lula, então, vai favorecer o Boulos, que coisa pequena. Não pode ter essa cabeça pequena para governar a maior cidade da América Latina", acrescentou.
O candidato do PSOL criticou mais de uma vez Nunes pelo fato do adversário ter faltado ao debate da CBN na manhã desta quinta-feira. "Lamentavelmente ele fugiu, ficou a cadeira vazia; e ele fugiu porque é um candidato laranja, foi - durante esses 3 anos e meio - um prefeito omisso, que representa interesses de outros grupos e setores", afirmou. "Os debates no primeiro turno não dava para discutir propostas; era uma 'brigaiada', uma baixaria. Nesse segundo turno, a expectativa é debates de propostas e, quando um candidato foge, não é a mim que ele está desrespeitando, são os eleitores".
Propostas de Marçal e para autônomos
Assim como pontuou no debate da CBN, Boulos comentou sobre uma proposta de Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado no primeiro turno, que vai incorporar em seu plano de governo. "Eu já incorporei três propostas da Tabata Amaral [PSB], que declarou apoio à nossa candidatura e, em relação ao Marçal, foi que, desde o primeiro turno, andando nas periferias, ouvi de muitos jovens pedidos para dar maior destaque ao esporte. Além de saúde, o esporte salva muito jovens nas periferias, assim como a cultura. Já ouvi muitas histórias de jovens que estavam indo para o caminho errado, e através do esporte, reconstruíram suas vidas".
Boulos também citou as propostas que tem para trabalhadores autônomos, como motoristas de aplicativo e entregadores, e taxistas. "Para quem é motorista de Uber, quero liberar o rodízio. Quem usa o carro como instrumento de trabalho, não pode deixar de trabalhar um dia na semana, faz diferença. E para os taxistas vamos atender duas pautas que eles colocaram: viabilizar o processo de transferência de alvará, que está travado na burocracia, e permitir publicidade no vidro de trás do carro - é uma renda extra para o taxistas e não fere a lei Cidade Limpa".
"Para os motoboys, que trabalham muitas horas e precisam ir ao banheiro, descansar, carregar o celular, a ideia é criar 96 bases de apoio para que eles possam ser acolhidos e terem um espaço onde sintam-se em casa", completou.