Brasil faz críticas a Israel e poupa Rússia ao debater conflitos globais nos Brics
No contexto da cúpula dos Brics, o Brasil se posicionou de forma crítica frente à situação em Gaza, enquanto adotou um tom mais diplomático em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. Essa dualidade de posições levanta importantes questões sobre a política externa brasileira e suas prioridades no cenário internacional.
Posição do Brasil sobre o conflito em Gaza
O posicionamento do Brasil em relação ao conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza foi bastante categórico. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descreveu a resposta militar israelense como uma forma de "punição coletiva" aos palestinos, destacando o uso excessivo de força comparando-o com ataques aéreos históricos da Segunda Guerra Mundial. Essa crítica evidencia a preocupação do Brasil com a proporcionalidade no uso da força em conflitos internacionais.
Além disso, o Brasil expressou apoio a iniciativas de mediação provenientes do Sul Global, como a Iniciativa pela Paz da Liga Árabe e o papel mediador do Catar. Tais ações demonstram um compromisso em buscar soluções que vão além dos esforços militares, enfatizando a diplomacia e a cooperação internacional como ferramentas indispensáveis para a resolução de conflitos prolongados.
Como o Brasil aborda a situação entre Rússia e Ucrânia?
Apesar de adotar uma postura crítica em relação às ações israelenses, o Brasil optou por uma abordagem mais conciliadora ao lidar com a invasão russa na Ucrânia. Durante a cúpula, Mauro Vieira destacou a proposta conjunta do Brasil e da China, que sugere um processo de diálogo em seis etapas entre Rússia e Ucrânia, evitando novas expansões territoriais sem exigir a retirada imediata das tropas russas.
Esta abordagem tende a gerar controvérsias, uma vez que a proposta foi vista por alguns como tendenciosa a favor da Rússia. No entanto, reflete a estratégia do Brasil de promover um discurso de "clube da paz", priorizando o diálogo e a mediação em vez de confrontos diretos. A posição brasileira também reforça a importância do papel das Nações Unidas no sistema internacional.