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Bruno Covas e Márcio França avançam sobre eleitor evangélico

Russomanno perde espaço no segmento; prefeito referenda projetos de interesse de igrejas, e candidato do PSB tenta dialogar com a base

4 nov 2020 - 13h06
(atualizado às 13h13)
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Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Bruno Covas (PSDB) e Márcio França (PSB) intensificaram a campanha em busca do eleitor evangélico nas últimas semanas e avançaram nas pesquisas de intenção de voto sobre um eleitorado que seria uma das principais bases de Celso Russomanno (Republicanos), apresentador da TV Record que tem o apoio oficial da Igreja Universal do Reino de Deus.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP / Estadão Conteúdo

Covas obteve apoio de lideranças da Assembleia de Deus, Renascer e entidades menores como a Bola de Neve, a Igreja Quadrangular, a Igreja Batista Boas Novas e a TBC, e já participou de cultos ou jantares em todas essas vertentes religiosas. Já França se vale de vereadores ligados a denominações religiosas para chegar à base das igrejas. Evangélicos são cerca de 30% dos eleitores em São Paulo.

Russomanno é o líder de intenções de votos no segmento, mas seu apoio é restrito à Igreja Universal e seu porcentual de intenção de voto entre evangélicos está em queda, assim como ocorre entre o público geral. Em 15 de outubro, o apresentador tinha 38% dos evangélicos, segundo o Ibope/Estadão/TV Globo. Na pesquisa divulgada na sexta-feira, caiu para 28%.

Mesmo na denominação de Edir Macedo, há pastores em campanha por Covas, como o caso de Souza Santos, vereador do Republicanos que está participando de eventos de campanha do prefeito. O Estadão procurou o pastor, que não respondeu.

A campanha de Russomanno, entretanto, afirma não ver no caso motivos para alarme. "Nós também temos vários candidatos de outros partidos nos dando apoio e passando em nossas agendas para nos cumprimentar", afirmou o candidato, via assessoria de imprensa. "Educação e amizade também fazem parte da política. E, no segundo turno, o embate vai ficar mais claro", completou.

Participação

Covas participou de cultos em três igrejas evangélicas diferentes no sábado. Segunda, 2, participou da Marcha Para Jesus, que reuniu, segundo os organizadores, 10 mil veículos - o maior evento na cidade desde o início da pandemia. Ao longo do último mês, esteve ainda em dois jantares com empresários organizados por religiosos. Nos dois últimos levantamentos do Ibope, ele foi de 17% para 22% nas intenções de voto dos evangélicos.

"A aproximação de Covas com as lideranças evangélicas não é de agora. Foi construído ao longo da gestão. Na Câmara, aprovamos três projetos ligados às igrejas, como o de isenção tributária. Também costuramos um protocolo com as igrejas para que elas pudessem abrir durante a pandemia. Por isso, tivemos uma boa relação com quase todas as igrejas da cidade", disse o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma, evangélico que atua como principal articulador entre Covas e as igrejas.

Guilherme Boulos (PSOL), que está à frente de França nas intenções de votos em geral, também cresceu de 4% para 8% entre o eleitorado evangélico. Sua campanha busca apoio de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que são evangélicos para abrir diálogo com outros religiosos, mas dentro de um contexto de busca de votos da periferia em geral, segundo a coordenação da sua campanha.

Já o porcentual de evangélicos que declaram voto em Márcio França foi de 9% para 15% nos últimos 15 dias. "Pode ser mesmo que os líderes de parte das igrejas estejam apoiando oficialmente o Bruno, mas eles não asseguram todos os votos. E nós fazemos um trabalho importante nas bases. Vários dos candidatos a vereador da nossa coligação são pastores ou têm boa entrada em igrejas", disse. / COLABOROU PAULA REVERBEL

Estadão
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