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Campanha de Nunes avalia que apagão tem efeito eleitoral limitado apesar de ofensiva de Boulos

Entendimento é que prefeito conseguiu emplacar argumento de que concessão é responsabilidade federal diante dos ataques do adversário do PSOL, que critica resposta da Prefeitura ao episódio

15 out 2024 - 19h11
(atualizado às 19h20)
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Apagão da Enel dominou primeiro bloco do primeiro debate entre Nunes e Boulos no segundo turno
Apagão da Enel dominou primeiro bloco do primeiro debate entre Nunes e Boulos no segundo turno
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Pesquisas internas da campanha de Ricardo Nunes (MDB) mostram uma oscilação negativa na intenção de voto do prefeito após o apagão que atingiu a capital paulista na última sexta-feira, 11. Interlocutores do prefeito, no entanto, veem efeito eleitoral limitado e não acreditam que o fato possa mudar o rumo do segundo turno. Eles alegam que a oscilação negativa do emedebista não se traduziu em alta de Guilherme Boulos (PSOL).

O psolista passou a apostar as fichas na tragédia e no desgaste do prefeito, apontando que Nunes é responsável por manter a ordem urbana com ações como poda de árvores e retirada das que caíram após a chuva, além da manutenção de semáforos que pararam de funcionar. O assunto dominou o primeiro bloco do debate realizado pela Band na segunda-feira, 14.

Já Nunes afirma que Boulos poderia ter agido como deputado para propor mudanças na legislação federal e empoderar as prefeituras na fiscalização das concessionárias de energia, inclusive com a possibilidade de multar as empresas.

O prefeito responde às críticas com o argumento de que pediu ao governo federal e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o rompimento do contrato com a Enel desde os apagões do ano passado, mas que nada foi feito — o Ministério de Minas e Energia anunciou na segunda-feira abertura de processo disciplinar contra a empresa, mas precisa que a Aneel recomende a ruptura do contrato para tomar medidas mais drásticas.

"A única coisa que eu peço é que o presidente Lula e que o ministro de Minas e Energia entendam o sofrimento de São Paulo. Está na mão deles a questão da Enel, é federal. Está no contrato que é o presidente que pode decretar a intervenção (na empresa) e que é a Aneel que pode fazer o processo de caducidade. O Tarcísio (de Freitas) disse bem: a gente precisa mostrar para sociedade quem é o responsável, porque, se a gente não fizer isso, eles não vão fazer nada", disse Nunes na manhã desta terça-feira.

O prefeito diminuiu o ritmo da campanha e não teve compromissos eleitorais no sábado e no domingo para focar na resposta da Prefeitura ao apagão. Ele tem utilizado as redes sociais para se comunicar diretamente com a população. Após o debate da Band, publicou um vídeo à 1h51 da madrugada desta terça no qual afirma que ainda havia 101 semáforos sem funcionar por falta de energia elétrica e que a Prefeitura aguardava a Enel desligar a rede elétrica para efetuar a retirada de 49 árvores. A empresa informou que ainda há 214 mil imóveis sem luz na Grande São Paulo.

"Do ponto de vista do Ricardo Nunes, o apagão só vai mostrar a sua capacidade de trabalhar incansavelmente, de servir à cidade, de ser um prefeito eficiente. Se tiver algum efeito eleitoral, será em relação ao adversário, pois a população está vendo que não faz nada, só critica e usa uma tragédia da natureza unicamente para tentar obter vantagem política", disse Enrico Misasi, presidente do MDB de São Paulo.

Baleia Rossi, presidente do MDB nacional e coordenador da campanha, avalia que Nunes conseguiu demonstrar que apenas o governo federal tem poder para interferir na concessão com a Enel. "Estamos monitorando e não haverá mudança eleitoral na escolha do voto", disse o parlamentar. Pesquisa Real Time Big Data divulgada na terça mostra Nunes com 53% contra 39% de Boulos. A margem de erro é de três pontos porcentuais.

Encontro com Bolsonaro

A previsão da campanha é que o prefeito retome a agenda como candidato à medida em que a situação se normalizar na capital. Nunes tem encontrado marcado na próxima terça-feira, 22, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A expectativa, segundo aliados, é que eles almocem em um restaurante no Morumbi, na zona sul paulistana, com centenas de aliados e depois participem de um podcast junto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mais tarde, o trio deve participar de um culto em uma igreja evangélica.

O martelo ainda não foi batido e os últimos detalhes ainda estão em discussão. Outra possibilidade discutida é uma visita à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que foi presidida no governo Bolsonaro pelo coronel Ricardo de Mello Araújo (PL), vice na chapa de Nunes, e uma gravação no Campo de Marte. Um acordo feito por Nunes e Bolsonaro em 2021 abateu a dívida da Prefeitura com a União, estimada em R$ 25 bilhões, em troca da cessão da área para a Aeronáutica.

Estadão
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