Candidatos ao governo gaúcho tentam associam rival ao PT
Leite comparou Sartori a Lula, enquanto o atual governador disse que o adversário 'ficou do lado do PT' em plebiscito para venda de estatais
Os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul que disputarão o segundo turno das eleições 2018, Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), trocaram críticas e tentaram associar o adversário ao PT durante debate promovido pela Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), nesta segunda-feira, 22. Leite comparou o rival ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Sartori disse que o tucano "ficou do lado do PT" para não aprovar um plebiscito para a venda de estatais.
O encontro foi transmitido por mais de 130 rádios do RS, a maioria do interior do Estado - e, como vem acontecendo nos debates neste segundo turno, Leite, ex-prefeito de Pelotas (2013-2016) e Sartori, atual governador gaúcho e candidato à reeleição, trocaram acusações.
"O candidato adversário tem falado muito em 'ninguém nunca antes fez tanto quanto esse governo'. A gente já viu muito desse discurso no governo federal, né? Lembro daquele candidato que dizia: 'Nunca antes na história deste País'", provocou Leite, associando o discurso de Sartori a Lula, condenado e preso na Operação Lava Jato.
Quando a questão foi sobre a privatização de estatais, Sartori criticou o adversário e o PSDB por terem votado contra a realização de plebiscito para permitir a venda. "Quando nós propusemos fazer o plebiscito, teve gente que ficou do lado do PT, ficou do lado do PCdoB e ficou do lado do PSOL. E eu não tenho preconceito contra esses partidos, mas (Leite) ficou do lado deles", afirmou o emedebista.
Os candidatos também ouviram demandas da população do interior do Estado, principalmente sobre saúde e infraestrutura. Leite criticou o atual governador afirmando que os repasses para hospitais e prefeituras estão atrasados e lembrou de seu período como prefeito de Pelotas. "O governo estadual e o federal não nos deram recurso para uma UPA. Abrimos a unidade com recursos próprios, R$ 700 mil por mês. Vamos atender os municípios com repasses colocados em dia", disse o tucano.
Sartori afirmou que, "mesmo com a crise", o Estado registrou os mais baixos índices de mortalidade infantil "da história". "Tivemos dificuldades com recursos, mas nunca deixamos de atender o essencial. Fizemos o Telessaúde, o Teleoftalmo. Recebi R$ 700 milhões de dívida com hospitais e clínicas. Renegociamos e estamos fazendo a nossa parte para atender os filantrópicos", disse o candidato.
Sobre infraestrutura, o atual governador lembrou do Programa Estadual de Logística de Transportes (PELT) e falou em concessão de rodovias. "Dentro de pouco tempo teremos concluído a parte da modelagem do projeto de concessões, com seriedade e responsabilidade, para que não aconteça no RS o que aconteceu no País. Será uma forma de atender a essas necessidades", disse Sartori.
Leite afirmou que o PELT precisa de R$ 25 bilhões para investir em rodovias "para que o Estado se torne competitivo" e prometeu concessões. "Se o Estado não tem esse recurso, precisa buscar parceria com o setor privado. Vamos acelerar os processos de concessão (de rodovias) para viabilizar investimentos em estradas e acessos asfálticos aos municípios", afirmou o tucano.