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Candidatos à Prefeitura de São Paulo fogem de ataques em debate e isolam Marçal, que adota tom mais 'light'

Encontro entre políticos foi promovido pelo Terra, em parceria com o SBT e a rádio Nova Brasil

20 set 2024 - 11h50
(atualizado às 14h01)
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O sétimo debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pelo Terra, em parceria com o SBT e a rádio Nova Brasil, na manhã desta sexta-feira, 20, teve um tom mais moderado, contrastando com os confrontos acalorados dos debates anteriores. Sem cadeiradas, gritarias ou dedo na cara, os políticos procuraram isolar Pablo Marçal (PRTB) das discussões, por causa do histórico de ofensas do ex-coach nos outros encontros.

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Logo no início do evento, o apresentador César Filho reforçou que não seriam tolerados descumprimentos às regras, em respeito à população. "Levando em consideração os episódios ocorridos últimos debates, tais como agressões físicas e verbais, utilização de palavras de baixo calão e acusações desrespeitosas, se faz necessário lembrar que esse é um espaço para o exercício da democracia e voltado pra uma discussão civilizada, tendo como prioridade a população da cidade de São Paulo e propostas que viabilizem o desenvolvimento de todos os setores da sociedade, que sofre bastante", destacou ele. 

Seguindo as orientações do apresentador, os candidatos fugiram dos apelidos pejorativos e focaram na apresentação de propostas, principalmente nas áreas da saúde, educação e segurança. Marçal, que disse que adotaria uma 'postura de governante', manteve um tom mais 'light' durante boa parte do embate e chegou até defender Ricardo Nunes (MDB) durante ataques de Tabata Amaral (PSB) à atual gestão.  

"Quero pedir perdão, meu objetivo até agora, e a campanha começa agora, foi expor o perfil de cada um. A minha pior [versão] eu já mostrei nos debates, a parir de agora você vai ver postura de governante", completou o influenciador.

A mudança de postura do candidato do PRTB ocorre um dia após o Datafolha apontar o aumento da rejeição do ex-coach entre os eleitores. Marçal, que aparece em terceiro lugar nas intenções de voto, é o candidato mais rejeitado. Desde o início de agosto, Marçal cresceu 17 pontos em rejeição, pulando de 30% para 47%. 

Primeiro bloco

Boulos abriu o bloco formando uma dobradinha com Datena, ao questioná-lo sobre a violência contra a mulher. Em resposta, o apresentador sugeriu o aumento de patrulhas para melhorar a segurança feminina e propôs a criação de uma Delegacia da Mulher (DDM) em cada subprefeitura de São Paulo. Boulos, por sua vez, destacou a intenção de dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana.

Nunes foi o segundo a questionar, abordando Boulos sobre a crise climática. O candidato do PSOL aproveitou para criticar o prefeito, afirmando que São Paulo "parou no tempo" em relação à preservação ambiental e práticas sustentáveis, classificando a gestão de Nunes como "insuficiente". Nunes, no entanto, manteve a calma e evitou ataques diretos ao adversário.

Marina Helena, ao direcionar sua pergunta a Nunes, também criticou Datena e o PSOL, partido de Boulos. Já Datena e Tabata uniram forças ao discutir a saúde, criticando em alguns momentos a atual gestão de Nunes.

Todos os candidatos evitaram direcionar suas perguntas a Marçal, que ficou como última opção e só apareceu no final do primeiro bloco. Ele foi questionado por Tabata sobre educação. "Marçal é como o jogo do tigrinho: promessas fáceis que podem até atrair quem está desiludido", disse a deputada, que mencionou o caso em que o candidato do PRTB foi condenado de desviar dinheiro de aposentados. 

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A fala de Tabata garantiu um direito de resposta a Marçal. Em suas falas, o candidato inicialmente atacou o PT, mas depois pediu desculpas à população pelos ataques anteriores a seus adversários, embora tenha voltado a criticá-los, ainda que de forma mais moderada em comparação a debates anteriores. Além disso, Marçal formou uma dobradinha com Marina Helena para criticar a esquerda.

Segundo bloco

No segundo bloco, Marçal manteve sua mudança de estratégia em relação aos debates anteriores, adotando novamente um tom mais moderado. Por outro lado, Marina Helena (Novo) assumiu uma postura mais semelhante à de Marçal em encontros passados, acusando Guilherme Boulos (PSOL) de liderar um "movimento marginal de invasão", apoiar "Lula ladrão" e "defender bandido."

Ainda com um tom mais ameno, o segundo bloco, marcado por perguntas de jornalistas aos candidatos, com comentários de adversários sobre as respostas, ocorreu sem ataques diretos entre os participantes. Em uma dessas perguntas, Boulos foi convidado a comentar as respostas de Nunes sobre as melhorias no trânsito e aproveitou para explorar a rejeição de Jair Bolsonaro (PL), que apoia o prefeito.

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Ele destacou a estratégia de Nunes de consolidar o apoio do eleitorado bolsonarista, mencionando a entrevista no Flow Podcast, popular entre os eleitores de direita, em que Nunes admitiu arrependimento pelo passaporte de vacina, que atendia à determinação do Ministério da Saúde sobre a vacinação obrigatória. Nunes reafirmou que o passaporte foi um erro, mas ressaltou que São Paulo se tornou a capital mundial da vacina, atribuindo esse feito a seu antecessor, Bruno Covas, já falecido.

Tabata manteve um tom mais crítico ao longo de suas falas, com diversas críticas à gestão de Nunes. Em um momento, Marçal fez uma referência indireta a uma antiga acusação de que Nunes teria agredido sua esposa, além de mais uma vez citar "a máfia das creches". Nunes, por sua vez, conseguiu direito de resposta e afirmou: “Marçal começou dizendo que está em primeiro em pesquisas. Ele está em primeiro só em rejeição. Tenho uma vida limpa”.

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Terceiro bloco

No último bloco, assim como nos anteriores, os candidatos optaram por manter Pablo Marçal à margem das discussões. O influenciador, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, só foi chamado a responder perguntas quando, pelas regras do debate, não havia mais alternativas de escolha.

Temas como meio ambiente, saúde mental, fundão eleitoral, zeladoria, educação e segurança foram abordados. Em um desses momentos, Boulos voltou a criticar Nunes, afirmando que o prefeito é "incapaz de diferenciar quem precisa de tratamento [para uso de drogas] de traficante" e que "só cuida da cidade em período eleitoral." Tabata também manteve seu foco de críticas em Nunes durante o bloco.

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Marçal, por sua vez, inicialmente fez críticas moderadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Nunes, antes de afirmar que havia "dois homens agressores" no debate, sem citar nomes, mas insinuando ataques indiretos a Datena e a Nunes. Em seguida, Marçal voltou a provocar Nunes, chamando-o de "tchutchuca do PCC," usando termos pejorativos que citou em debates anteriores.

Embora seu nome não tenha sido mencionado por Marçal, Datena pediu direito de resposta, que foi negado. Já Nunes obteve o direito de resposta e rebateu: "Você quer até roubar o apelido que eu te dei de tchutchuca. Fico muito triste com o nível que ele está trazendo aos debates. Ele até estava indo bem, mas não consegue manter [o equilíbrio]."

Após essas trocas de farpas, os candidatos apresentaram suas considerações finais e o debate chegou ao fim.

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Fonte: Redação Terra
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