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Cármen Lúcia diz que desinformação cria 'cabresto digital' no processo eleitoral

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral discursou na abertura do Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Municipais 2024

4 out 2024 - 12h39
(atualizado às 12h56)
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Ministra Cármen Lúcia é a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Ministra Cármen Lúcia é a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou nesta sexta-feira, 4, que, apesar de ter permitido a melhora no processo eleitoral brasileiro, a tecnologia abriu leque para que as eleições sofressem com a "manipulação da informação" e com uma espécie de "cabresto digital".

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"Nem sempre a vida digital apresentou possibilidades. Apresentou desafios que o mundo inteiro agora se preocupa. O que nós vemos, muitas vezes, é a manipulação da informação. O algoritmo tem interesses e não liga para a vida dos outros. A não ser para aquele que o domina. Temos de lembrar, somos seres humanos, não somos máquinas, mas, com ela, se introduziu a desinformação e o abuso de algoritmos", disse.

Ela abriu o Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Municipais 2024, que conta com a participação de representantes de Gana, Uruguai e Chile, por exemplo. Em seu discurso, ela ressaltou a importância das urnas eletrônicas, implantadas no Brasil em 1996, e falou sobre os riscos da desinformação.

"A gente acha que viu, acha que pensou, mas alguém pensou por nós, mas não foi. Criamos o cabresto digital. Alguém põe na nossa máquina, no nosso celular, no nosso computador algo que desinforme, como se fôssemos apenas manipulados. Surgiu o 'cabresto digital', e, contra isso, o direito hoje luta para que a gente tenha a possibilidade de resgatar a plena liberdade de voto", afirmou.

O encontro ocorre até domingo, 6, data do 1º turno das eleições municipais. Autoridades eleitorais de países estrangeiros acompanham, neste período, o sistema eleitoral brasileiro. A ministra também declarou que a inteligência artificial "confunde" o cérebro humano no decorrer da sua evolução.

"Com a inteligência artificial, acresceu-se ainda, com a exposição, verossimilhança de fatos, dados e até imagens que confundem o cérebro humano. O cérebro confundido não é um cérebro livre. Ele não pode fazer escolhas livres, porque ele não tem o prumo necessário, o raciocínio necessário", acrescentou.

Fonte: Redação Terra
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