Cármen Lúcia evita falar sobre acusação de Tarcísio contra Boulos, mas afirma que ‘resposta será dada’
Presidente do TSE também destacou que vê as Eleições 2024 como 'atestado do funcionamento da democracia'
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, concedeu entrevista coletiva na noite deste domingo, 27, e evitou falar sobre a declaração de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, de que uma facção criminosa estaria incentivando votos em Guilherme Boulos (PSOL) na disputa contra Ricardo Nunes (MDB) pela prefeitura da capital paulista, mas afirmou que a Justiça Eleitoral dará uma resposta rápida ao caso.
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“Sobre um caso que acontece quando 33 milhões de eleitores estão nas urnas com 102 candidatos, e que já foi judicializado, segundo os senhores mesmo informam, a Justiça Eleitoral tem prazo curtíssimo e assim será dada a resposta. Se fosse um país onde ficam meses ou semanas para dar a notícia, acho que até seria razoável essa ilação. Acho que é uma impressão que não tem embasamento”, disse durante conversa com jornalistas.
Após a declaração de Tarcísio de Freitas nesta manhã, Boulos apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral uma notícia-crime contra o governador. Com o fim da apuração nesta noite, Nunes foi reeleito com 59,35% dos votos, contra 40,65% do candidato do PSOL.
Além de reforçar que não iria comentar o caso em específico por já estar judicializado, Cármen Lúcia explicou o papel da Justiça Eleitoral: “O que se faz é apenas dar cumprimento à lei. Quem pratica qualquer ilícito, responde juridicamente. Será dada a resposta juridicamente."
A ministra também aproveitou o momento para exaltar o trabalho das instituições durante as eleições municipais deste ano: “Imaginar que um país que faz uma eleição de 5.569 municípios e consegue quatro horas depois dar o resultado das eleições, ou 2h15min como hoje, não está cumprindo sua função é ir muito longe no pensamento. Um caso significa apenas o atestado do êxito da Justiça Eleitoral”.
Balanço das eleições
Ainda durante a entrevista coletiva, Cármen Lúcia definiu as eleições municipais de 2024 como um exemplo do funcionamento da democracia brasileira “com instituições sólidas e seguras”.
Para a ministra, os registros de ocorrências foram motivados também pelo fluxo de pessoas nas ruas das 51 cidades que tiveram segundo turno. Segundo o TSE, o dia foi encerrado com oito inquéritos e um total de 23 ocorrências neste dia.
“Significa que foi uma eleição como todas devem ser. Em um clima de tranquilidade, absoluto respeito das pessoas. As pouquíssimas ocorrências são de mais de 30 milhões de pessoas, na mesma hora, nas ruas”, destacou.
Segundo Cármen Lúcia, o balanço da disputa também demonstra que o “clima de violência, intolerância e desinformação” visto em outras disputas é algo "fora do comum".