Casais, irmãos, pais e filhos: Quem são os parentes que tomam posse no Congresso em 2023
Casal Moro, família Calheiros, Detinha e Josimar, irmãos Tatto, pai e filho "da Fonte", entre outros, serão colegas no Congresso. Pelo menos 27 parentes assumirão mandato no próximo ano
BRASÍLIA - Os laços de família unem pelo menos 27 parlamentares eleitos este ano para o Congresso. Da esquerda ao Centrão, há políticos da mesma família que chegarão ao Legislativo por diversos partidos. Os eleitores escolheram casais, irmãos e pais e filhos para ocupara vagas na Câmara e também no Senado. Entre eles estão o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil), futuro senador pelo Paraná, e a advogada Rosângela Moro (União Brasil), que vai ocupar a cadeira de deputada federal por São Paulo.
Ex-presidente do Senado, Renan disse que ele e o filho não necessariamente se comportarão da mesma forma. "Cada um guardará a sua individualidade. Nunca esqueça que filho é uma geração certamente melhorada", afirmou Renan ao Estadão.
Outro Calheiros no Congresso é Renildo, deputado federal pelo PCdoB de Pernambuco, que foi reeleito neste ano. Renildo é irmão de Renan pai e tio de Renan Filho.
No Salão Verde da Câmara também será possível encontrar uma dobradinha doméstica. O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como Dudu da Fonte, obteve novo mandato e conseguiu eleger seu filho Lula da Fonte (PP-PE), de apenas 21 anos. Os dois fizeram campanha juntos em Pernambuco, mas o pai disse que Lula da Fonte terá um mandato autônomo.
"Ele tem vida própria na política. Foi presidente do PP jovem e do PP do Recife e hoje é vice-presidente do partido (em Pernambuco). Sempre participou das minhas campanhas e agora tem vida própria na política. Conseguiu 95 mil votos, tem as bandeiras dele, como a causa animal e a segurança alimentar", destacou Dudu da Fonte.
Além de serem do mesmo partido, os irmãos Jilmar e Nilto Tatto, ambos do PT de São Paulo, também serão agora colegas na Câmara. Nilto já era deputado federal e foi reeleito. Secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar foi deputado estadual e federal, mas estava sem mandato e retornará à Câmara.
Nas fileiras evangélicas, o missionário R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, conseguiu emplacar dois filhos como deputados federais, embora ele mesmo não tenha disputado nenhum cargo. Tanto David Soares (União-SP) quanto Marcos Soares (União-RJ) conquistaram cadeiras na Câmara.
Para algumas famílias, no entanto, a disputa de 2022 significou distanciamento. A deputada Angela Amin (PP-SC) não foi reeeleita e estará fora da próxima composição do Congresso, que ainda terá seu marido, o senador Esperidião Amin (PP-SC). Eleito em 2018, Esperidião ainda possui mais quatro anos de mandato.
Caso parecido é o de Kátia Abreu (PP-TO), que não teve o mandato renovado. Ex-ministra da Agricultura na gestão de Dilma Rousseff, Kátia deixará o Salão Azul e não será mais colega de seu filho, o senador Irajá Abreu (PSD-TO), que foi eleito em 2018. Apesar de filiada ao PP, partido do Centrão que apoia o presidente Jair Bolsonaro, Kátia declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.