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Ceará deve reeleger Camilo, o petista dos irmãos Gomes

Governador abrigou em seu palanque o candidato do PDT em detrimento de Haddad; PSDB deve sofrer derrota histórica

7 out 2018 - 05h11
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Candidato à reeleição pelo PT, o governador Camilo Santana caminha para vencer, no primeiro turno, a disputa pelo cargo no Ceará. A última pesquisa Ibope, divulgada neste sábado, mostra que o petista tem 75% da preferência do eleitorado contra 8% do segundo colocado, o candidato do PSDB ao governo, general Guilherme Cals Theophilo de Oliveira. Considerando apenas os votos válidos, Camilo tem 86% contra 9% do general Theophilo.

Apoio. O governador Camilo Santana (no centro) reuniu 16 partidos em sua coligação e isolou o candidato tucano no Estado.
Apoio. O governador Camilo Santana (no centro) reuniu 16 partidos em sua coligação e isolou o candidato tucano no Estado.
Foto: Camilo Santana / Facebook / Estadão

Apesar de ser filiado ao PT, Camilo faz parte do clã dos irmãos Cid e Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência. Em razão disso, Camilo deu espaço em seu palanque ao presidenciável pedetista, em detrimento do candidato de seu partido, Fernando Haddad. Como parte de um acordo para abrir espaço para a reeleição do senador Eunício Oliveira (MDB-CE), Camilo também comandou uma manobra que rifou a candidatura do senador José Pimentel (PT-CE), parlamentar que almejava disputar a eleição e ficou de fora da disputa.

A postura do governador petista em ambos os casos abriram uma racha entre o candidato petista no Estado e a direção do partido, comandado pela senadora Gleisi Hoffmann. Gleisi questionou Camilo publicamente sobre o apoio a Eunício, considerado "golpista" pela sigla.

Do outro lado, o PSDB pinçou o general Guilherme Theophilo por ter perfil militar, similar ao do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). O objetivo era que o mote de sua campanha fosse a questão da segurança. Isso porque o Ceará enfrentou uma escalada de violência em razão das disputas entre facções criminosas no Estado. Por isso, a campanha de Theophilo usou como slogan, por exemplo, os dizeres "bota moral, general".

O general também procurou se auto referenciar como "outsider" desde o início. Ainda assim, o que mais marcou sua semelhança com Bolsonaro foi outro assunto: o golpe militar de 1964. Durante a campanha, Guilherme Theophilo chamou o episódio de "contragolpe". Padrinho político do general, o senador e ex-governador do Estado Tasso Jereissati (PSDB-CE) tentou justificar o fraco desempenho de seu candidato nas pesquisas.

"É uma campanha heroica. Estamos enfrentando todas as prefeituras praticamente, estamos enfrentando a maioria dos vereadores. Às vezes, a gente enfrenta a Prefeitura e a oposição à Prefeitura. A máquina do governo federal e a máquina do governo estadual se juntaram", disse. "Se juntaram para que não houvesse nenhuma modificação no poder."

Estadão
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