CE: governo deve decidir sobre Força Nacional no 2º turno
Ofício expedido pela Procuradoria Regional Eleitoral chegou ontem (14), às mãos do governador. Polêmica atuação da Polícia no 1º turno motivou solicitação
O governador Cid Gomes (Pros) terá de decidir se irá ou não acionar a Força Nacional de Segurança Pública para atuar na Capital e Região Metropolitana durante o segundo turno das eleições, marcado para o próximo dia 26.
O pedido feito pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-CE) de que tropas nacionais sejam requisitadas para atuar no Estado causaram pressão. Segundo a PRE-CE, a medida é necessária diante de denúncias de Cid Gomes (Pros) da existência de “milícias” na Polícia Militar do Estado e do acirramento entre o grupo do governador e aliados do vereador Capitão Wagner (PR) na corporação.
Denúncias dão conta de que a Polícia Militar estaria mantendo viaturas estacionadas em pontos fixos no dia das eleições do primeiro turno - facilitando a prática de boca de urna no pleito. Um ofício expedido na segunda-feira, 13, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), assinado pelo procurador Rômulo Conrado, chegou ontem (14), às mãos de Cid Gomes, dando prazo de até 24 horas para que o governador decida se irá acatar ou não o requerimento.
Até o fim da tarde desta terça, o governador e o secretário de Segurança Pública do Ceará, Servilho Paiva, negaram-se a repercutir o assunto até que uma posição oficial fosse tomada. Uma reunião ficou marcada para a noite de ontem e a expectativa era alinhar o discurso, mas até a manhã de hoje, nenhuma decisão foi divulgada.
Denúncias
Uma das denúncias que basearam a construção do ofício da PRE-CE foram feitas por Cid, com a participação do deputado estadual reeleito, Ivo Gomes (Pros), e do secretário de saúde, Ciro Gomes, sobre a existência de “milícias” na PM cearense. O episódio aconteceu uma semana antes do primeiro turno das eleições e acirrou ainda mais a troca de acusações entre os irmãos Ferreira Gomes e o deputado estadual mais votado no Ceará, Capitão Wagner (PR).
No dia da votação no primeiro turno, o governador deu declarações de que uma “milícia” estaria atuando para desequilibrar a disputa em benefício de Eunício Oliveira (PMDB). Segundo Cid, militares ligados ao grupo estariam prendendo apoiadores de Camilo Santana (PT). O próprio governador passou parte do dia numa delegacia de Sobral, após um vereador do Município, seu aliado, ser detido acusado de comprar votos.
A expectativa do procurador é que não haja resistência por parte do governo. Ele observa ainda, que a necessidade é de que haja um incremento no efetivo policial na Capital e na Região Metropolitana, deixando os municípios do Interior fora deste eixo.
Sobre a paralisação das viaturas, ele considera que o modelo prejudicou a fiscalização (de possíveis crimes eleitorais), havendo uma omissão por parte da Polícia. A polêmica operação policial repercutiu na Assembleia Legislativa. Parlamentares apontaram que a Polícia teria agido em benefício dos candidatos Camilo Santana (Pros) e Eunício Oliveira (PMDB).
Na semana passada, a cúpula da segurança pública rebateu a informação de que as viaturas teriam deixado de circular. Apenas teriam atendido às chamadas da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).