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Gleisi diz que PT não apoiará Eunício Oliveira no Ceará

Senadora irá entrar com um recurso junto ao Diretório petista no Estado para derrubar decisão da legenda que favorece a reeleição

31 jul 2018 - 23h20
(atualizado em 1/8/2018 às 08h22)
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BRASÍLIA - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta terça-feira, 31, que o Diretório Nacional do partido irá entrar com um recurso junto ao Diretório petista no Ceará para derrubar decisão da legenda no Estado de não indicar nome ao Senado Federal nas eleições 2018. A estratégia foi articulada pelo governador Camilo Santana (PT-CE), com objetivo de facilitar a reeleição do senador Eunício Oliveira (MDB-CE) no Estado, de quem Santana é aliado informal.

"Nós devemos ter um recurso a esse respeito no diretório nacional. Já fomos avisados disso, vamos discutir essa situação no diretório, portanto, é afirmar que o presidente Lula não mandou nenhuma carta de apoio a Eunício e não apoiaremos Eunício. A discussão sobre a vaga será feita no diretório nacional. Ele (Camilo Santana) que tem que responder sobre isso (proximidade com Eunício), estou falando da posição do PT. Nós não apoiamos o Eunício, temos uma posição contrária a ele e o governador sabia disso. Já tinha manifestado a esse respeito", disse Gleisi.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira
O presidente do Senado, Eunício Oliveira
Foto: Dida Sampaio / Estadão

A opção de não ter candidato ao Senado foi tomada em votação realizada pelos militantes do partido no Ceará. O grupo ligado a Camilo Santana obteve ampla maioria. Com isso, a chapa do governador cearense abre as portas também para Cid Gomes, irmão e coordenador da campanha de Ciro Gomes (PDT) disputar uma das vagas àquela Casa. Uma coligação gigante apoia a reeleição de Santana. O PDT de Ciro é um dos partidos que fazem parte dela.

Como mostrou a Coluna do Estadão, a estratégia de Camilo Santana rifou as chances do partido tentar reeleger um senador do próprio partido, no caso José Pimentel (PT-CE), que pleiteava uma vaga na chapa. "Lamento muito a decisão do meu partido de abrir mão de disputar uma das duas vagas ao Senado Federal. As consequências serão históricas e percebidas a partir de 2019", disse o petista.

A situação deve se repetir em outros estados. No Amazonas, o PT abriu mão de lançar candidato ao Senado para apoiar a reeleição de Vanessa Grazziotin (PCdoB). No Piauí, o partido vai apoiar Ciro Nogueira (PP) em detrimento de tentar reeleger Regina Souza (PT). No Amapá, vai de João Capiberibe (PSB).

No Maranhão, o partido rifou a candidatura própria para apoiar os nomes escolhidos pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Não vai indicar nem os suplentes. Com isso, o PT vai completar 12 anos sem lançar candidato no Estado.

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