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Centrais sindicais se dividem entre apoio a Covas e Boulos

Bruno Covas participa de ato da UGT e promete 'Lava Jato' municipal; Guilherme Boulos lança frente de esquerda e recebe apoio da CUT

21 nov 2020 - 10h29
(atualizado às 11h16)
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O segundo turno das eleições municipais dividiu o apoio das principais centrais sindicais entre os candidatos Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Enquanto o prefeito tucano esteve ontem em um evento de um sindicato ligado à União Geral dos Trabalhadores ( UGT), a campanha do candidato do PSOL deve receber hoje a adesão formal da Central Única dos Trabalhadores ( CUT) e da CSP-Conlutas.

Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) na estreia do horário eleitoral do segundo turno.
Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) na estreia do horário eleitoral do segundo turno.
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

Desde a votação de domingo passado, as campanhas estão trabalhando na consolidação de alianças mais amplas para a disputa do segundo turno. Os oito candidatos com melhor colocação após a apuração dos votos já definiram seu posicionamento. Ontem, o ex-governador Márcio França (PSB), que terminou em terceiro lugar com pouco mais de 728 mil votos, anunciou que se manterá neutro, embora reconheça "méritos" nos dois candidatos.

Integrantes do seu partido, no entanto, participaram de um ato pró-Boulos ontem. O candidato do PSOL lançou o que sua campanha chama de "frente democrática por São Paulo". Além do PSB, representantes de PT, PDT, PCdoB e Rede estiveram no evento. O objetivo do coletivo é dar um caráter nacional à disputa paulistana e tentar "empurrar" a campanha de Covas para o lado do bolsonarismo.

Embora o tucano não tenha recebido apoio de Jair Bolsonaro, tenha dito que anulou o voto em 2018 e já tenha feito uma série de críticas ao presidente, a campanha do PSOL lembra que Covas recebeu endosso de Celso Russomanno (Republicanos) e de partidos do Centrão ligados ao chefe do Executivo federal.

Além de atos com a frente de partidos, Boulos pretende exibir, no horário eleitoral de rádio e TV, mensagens já gravadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B).

CUT e outras centrais sindicais devem aderir à sua campanha hoje. "Este é o momento mais importante da nossa campanha até aqui. Não é mais a minha campanha com a ( Luiza) Erundina. É a campanha de uma frente democrática por justiça social na cidade de São Paulo", disse Boulos durante o ato.

Contratos. Covas participou ontem de uma reunião no Sindicato das Empresas de Prestação de Serviço (Siemaco), ligado à UGT. O tucano há havia recebido o apoio da Força Sindical, ligada ao Solidariedade. Ao deixar o local, disse que se comprometeu a incorporar à sua campanha alguns pontos do programa de governo de Joice Hasselmann (PSL), em troca do apoio da 7.ª colocada na votação, com 98 mil eleitores. Está em análise por sua equipe até a criação de uma estrutura que poderia ser assumida pela deputada.

"Ela insiste muito em um ponto e estamos vendo de que forma fazer isso, que é uma 'Lava Jato municipal'. Estamos vendo de que forma podemos montar uma estrutura para que ela possa coordenar, que não faria parte da estrutura da Prefeitura, mas com gente de fora, para ajudar a dar uma olhada em todos os contratos da Prefeitura", disse o tucano, sem dar mais detalhes sobre a proposta.

Hoje, Covas fará uma caminhada em Parelheiros, no extremo da zona sul, ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy. Como ficou claro no programa de TV exibido ontem, que cita obras feitas durante a gestão de Marta, prefeita de 2001 a 2004, pelo PT, a campanha do PSDB deve dar mais espaço à aliada, que recentemente deixou o Solidariedade. Marta é vista como um ativo para conquistar votos na periferia da cidade. Parelheiros é uma das duas únicas regiões da capital paulista em que João Doria não venceu na eleição de 2016 - perdeu para Marta.

Estadão
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