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Chefes globais de economia estão preocupados com retorno de Trump conforme eleições nos EUA se aproximam

28 out 2024 - 10h38
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Crescimento baixo, alto endividamento e a escalada das guerras foram os principais temas da agenda oficial das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, mas os líderes financeiros gastaram grande parte de sua energia preocupados com os possíveis impactos de um retorno de Donald Trump ao poder nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.

Os ganhos do candidato republicano Trump nas pesquisas recentes para apagar grande parte da vantagem inicial de sua oponente democrata, a vice-presidente Kamala Harris, fizeram parte de quase todas as conversas entre autoridades financeiras, banqueiros centrais e grupos da sociedade civil que participaram das reuniões em Washington na semana passada.

Entre as preocupações, estava o potencial de Trump de revirar o sistema financeiro global com aumentos de tarifas, trilhões de dólares a mais em emissão de dívidas e uma reversão do trabalho de combate à mudança climática em favor de mais produção de energia a partir de combustíveis fósseis.

"Todos pareciam preocupados com a grande incerteza sobre quem se tornará o próximo presidente e quais políticas serão adotadas pelo novo presidente", disse o chefe do Banco do Japão, Kazuo Ueda.

Outro banqueiro central, falando sob condição de anonimato, descreveu as preocupações de forma mais direta: "Está começando a parecer que Trump vai ganhar".

Trump prometeu impor uma tarifa de 10% sobre as importações de todos os países e 60% sobre as importações da China. Isso atingiria as cadeias de oferta em todo o mundo, provavelmente provocando retaliações e aumentando os custos.

O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, disse à Reuters na sexta-feira que só haveria perdedores em uma guerra comercial entre os EUA e a UE.

Trump também procurou seduzir os eleitores dos EUA com ofertas de várias isenções fiscais, desde a extensão de todos os cortes de impostos individuais de 2017 até a isenção de renda de gorjetas, pagamento de horas extras e benefícios de aposentadoria da Previdência Social.

Analistas orçamentários dizem que isso acrescentaria pelo menos mais 7,5 trilhões de dólares em novas dívidas dos EUA ao longo de uma década, além dos 22 trilhões de dólares em crescimento da dívida estimados anteriormente pelo Escritório de Orçamento do Congresso até 2034.

Uma vitória de Kamala, por outro lado, está sendo vista pelas autoridades financeiras como uma continuação da reaproximação do presidente norte-americano, Joe Biden, na cooperação multilateral nos últimos quatro anos em relação ao clima, impostos corporativos, alívio da dívida e reformas dos bancos de desenvolvimento. É provável que seus planos também aumentem a dívida, mas muito menos do que os de Trump.

Biden manteve em vigor as tarifas anteriores de Trump sobre importações de aço, alumínio e produtos chineses - aumentando-as acentuadamente sobre as importações chinesas em novos setores, como veículos elétricos e energia solar. Kamala endossou essa abordagem "direcionada" e criticou os amplos planos tarifários de Trump.

MERCADOS APOSTAM EM TRUMP

Os mercados financeiros estão vendo um retorno das negociações sob o fator Trump em ativos, desde ações até bitcoin e peso mexicano, que apostam em uma vitória de Trump à medida que seus números nas pesquisas melhoram.

O dólar registrou seu maior ganho mensal em mais de dois anos e meio, com um índice medindo o dólar em relação às principais moedas em alta de 3,6% em outubro até o momento. Steve Englander, analista do Standard Chartered, atribuiu 60% do movimento de alta do dólar às perspectivas melhores de Trump nos mercados de apostas.

O presidente do banco central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse que as apostas do mercado pró-Trump já estão tendo um impacto inflacionário sobre os juros futuros de longo prazo na economia sensível ao dólar, acrescentando que tanto os planos fiscais de Trump quanto os de Kamala têm elementos inflacionários.

As preocupações sobre uma reviravolta de Trump em relação ao comércio e aos gastos surgiram quando o FMI declarou que a batalha global contra a inflação havia sido amplamente vencida sem grandes perdas de empregos, já que a força dos EUA estava compensando a fraqueza da China e da Europa.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, pediu às autoridades que comecem a reduzir a enorme pilha de dívidas induzidas pela Covid-19 ou enfrentarão um futuro de baixo crescimento que deixará as populações cada vez mais insatisfeitas.

Questionada sobre como o espectro de um retorno de Trump impactou as reuniões e as recomendações do FMI, Georgieva disse que as discussões se concentraram em resolver os problemas econômicos em questão.

"O sentimento dos membros é que as eleições são para o povo norte-americano", disse Georgieva em uma coletiva de imprensa. "O que cabe a nós identificar é quais são os desafios e como o FMI pode enfrentá-los de forma construtiva."

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