Clécio, do Solidariedade, é eleito governador do Amapá
Ex-prefeito de Macapá disputou a vaga contra outros cinco oponentes e liderou as pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha
O ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís Vilhena Vieira (SD), foi eleito governador do Amapá, neste domingo, 2. Com 100% das urnas apuradas, Clécio teve 53,69% dos votos válidos. O segundo colocado, o ex-vice-governador do Estado Jaime Nunes (PSD), teve 42,58%.
Além de Jaime, Clécio disputou o pleito com outros quatro candidatos: Gesiel de Oliveira (PRTB), que teve 2,10% dos votos válidos, Gianfranco (PSTU), 0,38%, Gilvam Borges (MDB), 1,09%, e Jairo Palheta, do PCO, que teve a candidatura indeferida.
Foram registrados 4,93% votos nulos e 1,47% votos brancos, além de 19,52% abstenções. 442.101 eleitores estavam aptos a votar no Amapá.
A última pesquisa de intenção de voto feita pelo Ipec, divulgada na quinta-feira, 29, já indicava a possibilidade de Clécio vencer no primeiro turno. Segundo a pesquisa, ele tinha 57% dos votos válidos, seguido por Jaime, com 38%. Os votos válidos desconsideram os votos brancos, nulos e os indecisos, assim como faz a Justiça Eleitoral para contabilizar o resultado oficial das eleições.
A pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira, 28, e que considerou todas as opiniões coletadas, mostrou Clécio à frente, com 50% das intenções de voto, seguido por Jaime, com 36%.
Campanha no Estado
O Amapá teve um período de campanha tranquilo, sem violência ou escândalos. Os dois principais candidatos têm relações conflitantes com o atual governador do Amapá, Waldez Góes (PDT). Jaime Nunes foi eleito vice-governador em 2018, mas foi Clécio Luís quem conquistou o apoio do atual governador e do seu partido.
Durante a campanha, Nunes atacou constantemente Waldez Góes afirmando que, quando era número 2 do Estado, não pôde trabalhar pelo Amapá porque Waldez não permitia.
Já Clécio evitava citar o apoio do atual governador e sempre reforçava a necessidade de diversas alianças para governar. Os dois não contaram com apoio direto do presidente Jair Bolsonaro (PL), embora as duas coligações tenham pedido voto para o presidente.
A campanha para o governo do Amapá ignorou um problema grave no Estado: a deficiência do setor energético. Em 2020, o Amapá teve um apagão durante cerca de 20 dias, que afetou cerca de 90% da população.
Em seu plano de governo, Clécio Luís não cita de forma direta o apagão que ocorreu no Amapá, que durou cerca de 20 dias em 2020, mas apresenta propostas mais detalhadas para o setor energético, como a ampliação do Programa Luz Para Viver Melhor “para garantir energia elétrica, por meio do abastecimento de combustível às comunidades rurais que não dispõem de energia convencional”. O candidato também apresenta, como uma de suas propostas para a questão energética no Amapá, a doação de placas solares para comunidades rurais.
Sobre Clécio
Clécio Luís Vilhena Vieira tem 50 anos e já foi prefeito de Macapá (2013 a 2020). Sua candidatura só foi confirmada em junho de 2022 pelo Solidariedade, muito por causa de seu vaivém nas definições políticas.
Ele se posiciona como um candidato de centro-esquerda, mas conseguiu o feito de unir os partidos de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) em prol de sua candidatura. Já foi indicado pelo PT como “o candidato de Lula ao governo do Amapá”, mas nesta campanha nunca pediu votos para o ex-presidente.
Iniciou sua trajetória profissional como produtor cultural. Foi militante do movimento estudantil em Macapá e se formou na primeira turma do curso de Geografia pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). É especialista em Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UPFA).
Aos 26 anos, foi nomeado secretário de Estado da Educação, o mais jovem do Amapá e do Brasil. É fundador do Banco do Povo e, no ano de 2001, exerceu a presidência da Agência de Fomento do Amapá (AFAP). Como servidor público, foi policial civil e professor de Geografia.
Sua primeira eleição foi em 2004, como vereador, sendo reeleito em 2008. Em 2012, foi eleito prefeito de Macapá e reeleito em 2016.
Apuração no Amapá
Total de votos válidos:
Clécio (SD): 53,69%
Gesiel de Oliveira (PRTB): 2,10%
Gianfranco (PSTU): 0,38%
Gilvam Borges (MDB): 1,09%
Jaime Nunes (PSD): 42,58%
Jairo Palheta: 0,15%
Brancos: 1,47%
Nulos: 4,93%
Abstenções: 19,52%