Com provocação da oposição, Boulos faz 'debate' na zona sul de SP
Candidato do PSOL disputa segundo turno das eleições municipais com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
-1k1uho9i3n29j.png "Guilherme Boulos (PSOL) cumpre agenda de campanha na Zona Sul de São Paulo")
Guilherme Boulos (PSOL) fez mais um debate de rua na tentativa de virar votos faltando apenas quatro dias para o segundo turno das eleições. O evento aconteceu nesta quarta-feira, 23, em frente ao Terminal Jabaquara, na zona sul de São Paulo, e teve um público menor em comparação com debates anteriores.
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Algumas dezenas de apoiadores marcaram presença no ato, que contou brevemente com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Boulos chegou com cerca de uma hora de atraso.
Poucos minutos antes de iniciar o debate, um carro de som ecoando o jingle do prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), passou e estacionou ao lado do evento. Apoiadores olharam perplexos enquanto alguns militantes confrontaram motorista e passageiro. Um agente da segurança do ministro se aproximou e solicitou a retirada do carro, conforme relatou ao Terra.
Após uma conversa breve e tensa, os responsáveis pelo carro foram embora. Márcia Atélio, uma das militantes, explicou à reportagem que não foi o primeiro encontro desse tipo.
"A oposição sempre está nos atacando. [...] Eles sabem os locais porque as agendas são públicas, e eles sempre mandam os carros de som. Inclusive, eles colocam os banners do candidato da oposição, que é o Nunes, em frente a obras públicas para induzir a pensar que aquilo é uma obra dele", disse.
Márcia ainda relatou que recebe denúncias constantes de que propagandas são retiradas pela oposição durante as noites. Para ela, tal ação impacta fortemente nos votos do Boulos. Ela ainda citou a confusão feita com o número do candidato, iniciada por Pablo Marçal no primeiro turno. "Tanto que estamos focando bastante no 50", explicou, apontando para um adesivo.
Apoiadores
No ato, organizado para virar voto, a maioria dos presentes era apoiadores, já com voto decidido, como a professora Carla Martinez. "Vim conversar com as pessoas, expor o plano de governo do Boulos e virar voto até domingo", afirmou a eleitora, que acredita na possibilidade de uma virada.
Gilmar Cândido, pernambucano morador de São Paulo há 24 anos, também foi ao ato já com o voto definido. Ele relatou que tem se esforçado para virar votos na família, que segue uma ideologia alinhada com a direita.
Cândido, no entanto, enxergou um erro na estratégia do candidato que pode ter custado votos. "O Boulos tem que olhar mais para o povo da quebrada empreendedora porque o Boulos vai muito no fundão periférico e tem a galera que é do centro, do Brás, da 25 de março. O Boulos, no final, entendeu isso".
O evento também contou com um norte-americano, Alex Sorlino, que compareceu a pedido da filha, Lina, de 9 anos. A criança, com vários adesivos na roupa, disse achar Boulos "legal" e o "melhor prefeito do mundo".
Indecisos
Quanto aos indecisos, alguns passaram em frente ao ato e até pararam por poucos momentos. Porém, logo seguiram seus caminhos.
Uma eleitora, que preferiu não se identificar, disse à reportagem que, apesar de não saber em quem votaria, deixaria para decidir nos últimos dias, com pouco interesse em ver o debate.
Stefani dos Santos também passou pelo evento, mas escolheu não permanecer. "Ainda estou analisando, vendo quais são as propostas".
O evento também contou com uma plateia de pessoas em situação de rua, que aplaudiam quando Boulos falava sobre as propostas de moradia popular e oportunidades de emprego. Um deles, chamado Marcelo, subiu ao púlpito para questionar sobre tais propostas e declarou seu apoio ao candidato.
Ao final, Boulos conversou rapidamente com jornalistas e comentou sobre o convite de Marçal para uma sabatina com Nunes. "Eu nunca fugi de debate com ninguém. Quem tem coberto minha agenda nos últimos dias tem presenciado eu fazendo diálogo com olho no olho com o povo em praça pública", ressaltou.
"Espero que meu adversário tenha a mesma postura. Tenho dúvidas, acredito que vai fugir, mais uma vez", alfinetou.
