PR: com renúncia de Richa, quadro eleitoral ganha definição
Com a renúncia do governador Beto Richa (PSDB), que pretende concorrer ao Senado, e a posse da vice-governadora Cida Borghetti (PP), marcada para a próxima sexta-feira (6), o cenário eleitoral começa a se desenhar no Paraná.
Além da pepista, candidata à reeleição, agora como cabeça de chapa, há pelo menos mais dois nomes consolidados na disputa: o do deputado estadual Ratinho Jr. (PSD) e o do ex-senador Osmar Dias (PDT). Já o prefeito de Guarapuava, César Silvestri Filho (PPS), desistiu nessa semana, alegando que não conseguiu viabilizar sua candidatura.
O PT também caminha para lançar o ex-deputado federal Dr. Rosinha, seu presidente estadual, enquanto o PMDB decidirá se Roberto Requião buscará se manter no Senado, uma vez que seu mandato de oito anos se encerra em dezembro, ou tentará mais uma vez a chefia do Palácio Iguaçu.
Paralelamente, as legendas correm para fechar alianças. Uma das dúvidas é quanto ao apoio de Richa. O mais provável é que o PSDB e o PP caminhem juntos. Como Ratinho pertenceu à administração estadual durante boa parte da gestão, à frente da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, porém, a reaproximação dos tucanos com o PSD e o PSC, também controlado pelo parlamentar, não está descartada.
Por enquanto, a esposa do ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros (que entregou o cargo hoje), já conta com o PSB, partido do líder do governo na Assembleia Legislativa (Alep), Luiz Cláudio Romanelli. Antes propensa a exigir acordos com candidatos do PDT, a legenda "socialista" decidiu liberar os diretórios estaduais para costurar alianças mais convenientes politicamente. Ela também terá o apoio do Pros, sigla que chegou a integrar.
Questionado sobre o assunto em entrevista coletiva na última segunda-feira (26), o governador desconversou. "Vou apoiar quem oferecer seguranças em relação ao Estado e que seja bom gestor público. Não quero correr o risco de o Paraná perder tudo o que foi conquistado", limitou-se a dizer. A fala era uma referência à série de ajustes fiscais que ele implementou nos últimos anos.
No caso de Osmar Dias, mesmo sem o PSB, o leque de possibilidades é grande. Até o fim da janela partidária, em 7 de abril, Alvaro Dias tenta levar o irmão ao Podemos, de modo que ambos possam subir no mesmo palanque. Isso porque, hoje, o pedetista seria forçado a apoiar Ciro Gomes à Presidência da República.
Osmar pode ainda se aliar com Requião e com siglas menores, caso do PRB. Há duas semanas, Alvaro se reuniu com Ratinho, na tentativa de costurar o apoio do deputado estadual, mais votado em 2014, ao Podemos. Ouviu, contudo, que para tanto precisaria convencer Osmar a desistir do governo e se candidatar ao Senado, oferta que o pedetista a priori teria recusado.