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Na reta final, Haddad vai intensificar campanha no Nordeste

Petista visita Pernambuco, Paraíba e Bahia nos próximos dias, com ato de encerramento em Salvador

24 out 2018 - 20h17
(atualizado às 21h30)
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Assim como fez no primeiro turno, o candidato do PT à Presidência nas eleições 2018, Fernando Haddad escolheu intensificar a campanha no Nordeste na reta final da eleição, única região em que teve votação superior ao concorrente, Jair Bolsonaro(PSL). O petista visita Recife (PE) nesta quinta-feira, 25, e, na sexta-feira, 26, irá a João Pessoa (PB) pela manhã, e, à tarde, fará um ato Salvador (BA). O encerramento da campanha, no entanto, será em São Paulo, no sábado, 27. 

Fernando Haddad em carreata entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA)
Fernando Haddad em carreata entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA)
Foto: Ivan Cruz / Futura Press / Estadão Conteúdo

A ideia do ato em Salvador, de acordo com o presidente do PT da Bahia, Everaldo Anunciação, é que Haddad circule em cima de uma caminhonete, próximo do povo, como aconteceu há três semanas em Feira de Santana, segundo maior município baiano, na caminhada que encerrou oficialmente o primeiro turno da campanha do PT este ano.

O percurso da manifestação política, desta vez, será entre Ondina e o Farol da Barra, com concentração no monumento conhecido como Gordinhas. Na chegada ao Farol, principal ponto turístico da capital baiana, artistas, intelectuais e movimentos sociais se reunirão em um movimento público batizado de "Ato em Defesa da Democracia, da Vida e pela Paz".

Com isso, o PT pretende vender a imagem de que existe um clima de virada da candidatura de Haddad sobre a de Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de votos com folga. O crescimento do ex-prefeito de São Paulo no último levantamento Ibope/Estado/TV Globo, ainda que tenha sido somente uma oscilação dentro da margem de erro, será utilizado pela sigla para dar força a essa narrativa, explicou o ex-presidente do PT baiano e articulador da agenda de campanha de Haddad no Nordeste, Jonas Paulo.

A ação, segundo ele, mira atingir o público nordestino beneficiado pelas gestões petistas e ampliar a votação do candidato do partido ao Palácio do Planalto na região – barrando o avanço de Bolsonaro nesse universo de eleitores, que apesar de ser tradicionalmente identificado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Operação Lava Jato e preso em Curitiba (PR), não vota em qualquer candidato indicado pelo PT.

No primeiro turno, Haddad atingiu 60% dos votos no Nordeste, índice abaixo dos que foram obtidos por Dilma Rousseff (PT) na sua campanha à reeleição em 2014, quando a então presidente petista teve 73% dos votos.

Índices atingidos pelos governadores bem-sucedidos da legenda este ano, como o reeleito da Bahia Rui Costa, que obteve 75% dos sufrágios válidos no primeiro turno das eleições 2018, também estão sendo usados pelo partido como meta para o desempenho da campanha presidencial de Haddad neste segundo turno no Nordeste.

"Nosso objetivo é ampliar essa margem de vantagem de votos e reduzir a abstenção, que chegou próximo de 30%, principalmente em cidades como Salvador", explicou Jonas Paulo.

Em reuniões internas e materiais de orientação distribuídos para lideranças políticas, dirigentes estaduais do PT têm pedido à sua militância que faça uma ofensiva sobre esses votos nulos, brancos, indecisos, mas principalmente sobre os eleitores que dizem que não vão às urnas no próximo domingo, 28 de outubro, por decepção com a política.

O objetivo é pregar que, apesar da decepção com os casos de corrupção envolvendo os partidos políticos, em especial nós nos governos petistas, a democracia está ameaçada com a eleição de Jair Bolsonaro e, por isso, não ir votar seria um ato irresponsável.

Seguindo essa lógica, o governador Rui Costa foi flagrado em áudio, enviado para prefeitos baianos aliados pelo WhatsApp, orientando que eleitores fossem transportados até as zonas eleitorais no dia da eleição. Na gravação, divulgada pelo Estado, Costa afirmava que era preciso reduzir a abstenção durante o segundo turno das eleições 2018.

Em nota enviada à imprensa no mesmo dia, o governo baiano alegou que o áudio foi adulterado. Em seguida, contudo, confirmou que a mensagem existiu mas alegou que o petista não pedia voto para nenhum candidato à Presidência.

Costa, porém, é um dos principais conselheiros da campanha de Fernando Haddad, desde o primeiro turno, e fiador de um discurso mais ao centro e moderado do presidenciável petista.

Correções

24/10/2018 | 21h11

Diferentemente do que informou a primeira versão deste texto, o ato de encerramento da campanha de Fernando Haddad (PT) será em São Paulo, no sábado, e não em Salvador (BA). 

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Estadão
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