Curitiba: com Fruet fora, Leprevost e Greca vão ao 2º turno
O deputado estadual Ney Leprevost (PSD) disputará o segundo turno em Curitiba contra Rafael Greca (PMN), que já administrou a cidade, entre 1993 e 1997. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, ele recebeu 219.727 votos (23,66%), contra 356.539 (38,38%) do político do PMN. O atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que aparecia em segundo lugar em todas as pesquisas, ficou de fora, com 20,03%. O resultado, com 100% das urnas apuradas, foi confirmado perto das 18 horas.
O último levantamento do Ibope, divulgado na noite de sábado (1º), apontava um empate técnico entre Fruet, com 19%, e Leprevost, com 15%, pela segunda colocação. Greca aparecia na frente, com 30%, mas bem abaixo do que o instituto indicava duas semanas atrás, que era 45%. É a segunda vez seguida que os eleitores da capital paranaense tiram do candidato à reeleição a chance de avançar para o segundo turno. Em 2012, quem sofreu derrota semelhante foi Luciano Ducci (PSB).
Dono de uma das maiores coligações, de sete partidos, Leprevost contou com o apoio do ex-colega de Assembleia Legislativa (AL) Ratinho Jr. (PSC), que desfruta de grande popularidade na cidade, para surpreender. O vice na chapa, o médico João Guilherme Moraes (PSC), foi indicado por ele. Ratinho é hoje secretário de Estado na administração do governador Beto Richa (PSDB).
"Curitiba está desejando mudança, está desejando inovação, quer entrar no caminho das cidades inteligentes. Nós temos como tornar essa cidade mais participativa, dar a oportunidade para que as pessoas de forma muito sábia possam tomar as grandes decisões junto com a prefeitura”, avaliou, ainda no lançamento de sua candidatura. Além das duas siglas, fazem parte da coligação PEN, PPL, PTC, PSL e PCdoB.
Assim como em todo o País, as crises política e econômica permearam os debates durante a campanha. Fruet repetia que, mesmo diante do momento desfavorável, conseguiu manter os investimentos e os serviços públicos essenciais, “sem qualquer desvio de conduta”. O discurso, contudo, não colou. Foi criticado por conta do fechamento de vagas na educação infantil, da desintegração do transporte coletivo com a região metropolitana e do atendimento a pessoas em situação de rua.
Greca aposta num sentimento de nostalgia para vencer a eleição. “Os curitibanos precisam de uma administração ‘que não durma, que reintegre a rede metropolitana de transportes, que se ligue na luz do sol, nas startups, nas fab labs, na cultura dos jovens. Quero fazer tudo o que os jovens querem, porque competência não envelhece”, disse, também no começo da corrida eleitoral.
Após despontar como favorito, o político, que recentemente trocou o PMDB pelo PMN, se envolveu em pelo menos duas polêmicas. Primeiro, em entrevista ao jornal Metro no dia 5 de setembro, disse que em sua gestão “as mulheres serão amadas, e não se falará em empoderamento”. Já no fim de setembro, durante sabatina na PUCPR, contou que vomitou quando carregou um pobre em seu carro, “por causa do cheiro".
O companheiro de chapa do ex-prefeito é Eduardo Pimentel Slaviero (PSDB), neto do ex-governador Paulo Pimentel e correligionário do governador. A aliança com o chefe do Executivo estadual, aliás, cuja popularidade caiu nos últimos dois anos, foi outro ponto explorado pelos demais concorrentes ao cargo. Integram a coligação “Curitiba Inovação e Amor”, ainda: PSB, DEM, PTN, PSDC e PT do B.
Resultado completo da eleição para a Prefeitura de Curitiba
Rafael Greca (PMN): 38,38%
Ney Leprevost (PSD): 23,66%
Gustavo Fruet (PDT): 20,03% (186.067)
Maria Victoria (PP): 5,66% (52.576)
Requião Filho (PMDB): 5,60% (52.017)
Tadeu Veneri (PT): 4,28% (38.758)
Ademar Pereira (Pros): 1,24% (11.489)
Xênia Mello (Psol): 1,15% (10.683)
No total, o Paraná tinha 1.096 candidatos a prefeito, sendo 989 homens, o que corresponde a 90,23%, e 107 mulheres (9,76%), além de 29.109 nomes disputando cadeiras nas Câmaras Municipais, por 33 partidos diferentes.
Os cinco maiores colégios eleitorais são Curitiba, com quase 1,3 milhão de cadastrados, Londrina, com 354 mil, Maringá, com 262 mil, Ponta Grossa, com 222 mil, e Cascavel, com 206 mil.
