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Datena dispensa apoio de Bolsonaro e flerta com Covas

Jornalista diz que não é o candidato do presidente e que há 'possibilidade' de ser vice do tucano na disputa à Prefeitura de SP

21 fev 2020 - 05h10
(atualizado às 07h40)
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BRASÍLIA - Aposta do presidente Jair Bolsonaro para a Prefeitura de São Paulo, o jornalista José Luiz Datena admitiu ao Estado ser vice do prefeito Bruno Covas (PSDB) na disputa eleitoral, cuja reeleição é apoiada pelo governador João Doria, um dos maiores rivais do presidente. "Eu já tive um contato com ele (Bolsonaro) dizendo que ele está completamente liberado de me apoiar. Ele pode apoiar outra pessoa. Ele está liberado disso", afirmou.

O apresentador José Luiz Datena durante o 'Brasil Urgente' de 27 de janeiro de 2020.  
O apresentador José Luiz Datena durante o 'Brasil Urgente' de 27 de janeiro de 2020.
Foto: Reprodução de 'Brasil Urgente' (2020) / Band / Estadão Conteúdo

O senhor admite ser vice de Bruno Covas nestas eleições?

O meu compromisso seria com o Bruno (Covas), que é um cara que desenvolvi uma amizade muito rápida. Ele é um bom cara. Nós não avançamos, mas é uma possibilidade. A maior probabilidade é de que eu saia candidato pelo MDB. Vou me filiar após o carnaval.

Desta vez o senhor vai mesmo sair candidato?

É difícil eu não sair candidato a alguma coisa em São Paulo. Por isso a possibilidade de vice. Eu nunca estive tão próximo de ser candidato.

O senhor também conversou com o ex-governador Marcio França (PSB)...

Ele me procurou. Seria vice meu.

E como fica sua relação com o presidente Jair Bolsonaro, que já declarou que gostaria que o senhor fosse o candidato dele?

Eu gosto muito do presidente, mas em nenhum momento ele declarou apoio a mim. Em nenhum momento eu me defini candidato dele. É aquilo que eu falei: eu desenvolvi uma amizade com ele. Eu entrevistei o Bolsonaro quando ninguém entrevistava. Eu o acho uma boa pessoa, de bom coração, mas não preciso pensar do jeito que ele pensa, ter os amigos que ele tem, nem os inimigos que ele tem. Eu continuo respeitando Bolsonaro como presidente da República, que é o cargo que merece respeito, mas, politicamente, ele não precisa estar alinhado a mim, nem eu a ele. Talvez ele até gostasse de me apoiar, mas o entorno dele diga que não é legal.

O senhor já conversou com o presidente sobre isso?

Eu já tive um contato com ele (Bolsonaro) dizendo que ele está completamente liberado de me apoiar. Claro, se ele como presidente da República quiser me apoiar, não tem problema nenhum. Primeiro que ele é presidente da República e segundo que acredito que eu posso ser candidato sem o apoio dele. Ele pode apoiar outra pessoa. Ele está liberado disso.

O senhor fez uma defesa enfática da jornalista Patricia Campos Mello, alvo de campanha de difamação após reportagem contra Bolsonaro.

Foi uma defesa de uma cidadã brasileira que foi atacada por um cara que não tem qualificação e pertence a uma rede de fake news (Hans River, ex-funcionário de uma empresa de disparo de mensagens de WhatsApp, disse à CPMI das Fake News que a repórter se insinuou sexualmente em troca de informação). Eu lamentei que o presidente reverberasse o que esse cara falou. Eu gosto do presidente como pessoa, não abro mão da amizade dele, mas acho que, como presidente da República, ele tem que respeitar os brasileiros. Eu lamentei muito que ele (Bolsonaro) fizesse aquela brincadeira (aos risos, o presidente disse a apoiadores que a jornalista 'queria dar o furo' contra ele).

O senhor falou com presidente após este episódio?

Faz tempo que eu não falo com o presidente. Tem muita coisa que ele faz que, com certeza, eu não concordo. E tem muita coisa que eu faço que ele não concorda. Mas acho que ele está aprendendo a ser presidente. É um caminho longo, não é tão fácil. Fiquei chocado com essas brincadeiras (sobre a jornalista) com coisa séria. Aquele cara falar isso é uma coisa, ele (Bolsonaro) falar é outra completamente diferente.

Se o senhor se candidatar, se tornará político de fato em um momento de polarização e com um nível de agressões que ainda não tínhamos visto antes.

Eu não vejo a política como ideologia. Foi dito que eu fui do PT, do PP, DEM... O problema do Brasil não é ideológico, até porque a nossa democracia é doente. Nós tivemos, depois da ditadura militar, um período com dois presidentes "impichados" e dois presos. Então, nós aproveitamos muito mal a nossa democracia. A classe política, boa parte corrompida, jogou nossa democracia no lixo.

O senhor está em que polo?

Não vejo a questão de ideologia como o ponto principal do Brasil. Para mim, essa questão de polarização é muito mais de rede social do que do povo brasileiro. Eu sou constituinte, eu sou pela Constituição, eu sou pela defesa do povo. Tanto faz se há quadro bom na direita, na esquerda ou no centro. Há quadros horríveis em todos. A classe política deveria fazer uma autocrítica e começar a pensar no povo. Dificilmente você vê isso.

Então na decisão do senhor sobre a quem irá se aliar na eleição não importa o partido, mas o perfil pessoal?

Eu nunca estive tão próximo de ser candidato como agora. É claro que se eu for candidato a prefeito vou escolher o vice que tenha um perfil parecido com o meu. E é claro, se me escolherem como vice, eu só aceitaria uma pessoa que me agradasse.

Estadão
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