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Soltura de Lula abre disputa entre juiz do TRF-4 e Moro

Após plantonista da segunda instância mandar libertar ex-presidente, Moro recomendou mandar petista preso; caso ainda tem desdobramentos

8 jul 2018 - 13h24
(atualizado às 13h49)
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Após o juiz plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), corte onde tramitam em segunda instância os processos da Lava Jato julgados em Curitiba, Rogério Favreto determinar a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz Sérgio Moro, da primeira instância, afirmou que Favreto não tem competência para tal determinação. O magistrado do TRF-4 reagiu reiterando a ordem de libertação.

Entenda a cronologia dos movimentos dos dois juízes:

O habeas corpus foi concedido por Rogério Favreto após ação dos deputados Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, do PT.

Em sua decisão, Favreto diz que um dos fatos que corroboram a necessidade de suspensão da pena é a "postulação feita pelo Partido dos Trabalhadores para o paciente participar de atos pré-campanha e especialmente o direito à participação presencial do ex-presidente Lula na convenção nacional" da legenda, em 28 de julho.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante evento com intelectuais e artistas no Rio de Janeiro, no início do ano
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante evento com intelectuais e artistas no Rio de Janeiro, no início do ano
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

"Por não existir condenação criminal transitada em julgado, o paciente possui em sua integralidade todos os direitos políticos, sendo vedada a sua cassação, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de 'condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos'", afirma o desembargador.

A soltura de Lula, no entanto, ainda não é certa, ao menos no que depender de Sérgio Moro. O juiz, responsável pelo caso em primeira instância, enviou um ofício à Polícia Federal dizendo que Favreto é "autoridade absolutamente incompetente" para aceitar ou não um habeas corpus do ex-presidente, já que o mesmo TRF-4 havia ordenado sua prisão, chancelada depois pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Se o julgador ou a autoridade policial cumprir a decisão da autoridade absolutamente incompetente, estará, concomitantemente, descumprindo a ordem de prisão exarada pelo competente colegiado da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região", diz o despacho de Moro.

O juiz ainda acrescenta que consultou, "com urgência", o relator do caso no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, para saber "como proceder". "Comunique-se a autoridade policial desta decisão e para que aguarde o esclarecimento", conclui o documento.

Em seguida, Favreto divulgou um novo despacho exigindo a execução "imediata" da decisão, "sob pena de responsabilização por descumprimento de ordem judicial". "O cumprimento do alvará de soltura não requer maiores dificuldades e deve ser efetivado por qualquer agente federal", escreve o desembargador, alegando que a medida deve ser tomada em regime de "urgência".

Três meses na cadeia - Lula cumpre pena na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril, após ter sido condenado pelo próprio TRF-4 a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no "caso triplex".

Favreto, no entanto, não faz parte da turma que sentenciou o ex-presidente no tribunal de Porto Alegre e foi filiado ao PT por quase 20 anos. O habeas corpus foi acatado em decisão liminar, ou seja, que pode ser revertida.

Lula é acusado de ter recebido um apartamento no Guarujá (SP) como propina da empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras. Apesar disso, o ex-presidente pretende disputar as eleições de 2018 e lidera todas as pesquisas. Contudo, ele deve ser considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa./COM INFORMAÇÕES DA ANSA

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Fonte: Redação Terra
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