Após invasão de crianças, entrevista de Dilma é suspensa
Uma falha de segurança interrompeu a Presidente que havia há pouco começado a conversar com jornalistas no conjunto de favelas da Maré
Menos de cinco minutos após iniciar a coletiva de imprensa, veio a frase de desistência: “Vocês vão me desculpar, mas eu vou ter que encerrar”, afirmou a presidente da República e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) para um batalhão de incrédulos jornalistas posicionados num evento no conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, na tarde desta sexta-feira.
Tudo por conta de uma falha de segurança da comitiva presidencial, que permitiu que dezenas de moradores da comunidade, em sua grande maioria crianças, invadisse a área restrita aos convidados e jornalistas e promovessem uma confusão generalizada.
"Sai da frente que eu quero tirar uma foto pro meu Facebook", gritou uma adolescente, com um celular em mãos, para a reportagem do Terra.
Muitas crianças gritavam "Dilma, olha para cá" enquanto a presidente tentava explicar aos profissionais de imprensa, mais uma vez, a importância da união entre o governo federal e estadual na política de pacificação - Dilma assinou ao lado de Pezão a prorrogação da presença do Exército na Maré pelo menos até dezembro deste ano.
No local, um projeto de um centro vocacional e tecnológico criado para os moradores das comunidades locais, o barulho era tanto que até o prefeito Eduardo Paes tentou acalmar os ânimos e pediu silêncio para as crianças e adolescentes para que a presidente pudesse se pronunciar. Ele não só não foi capaz, como ainda tropeçou e quase caiu da pequena arquibancada montada em frente ao púlpito onde Dilma tentava dar uma entrevista.
Após a coletiva de imprensa "relâmpago", a presidente da República seguiu de helicóptero para São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde participa de ato de campanha ao lado do senador petista Lindberg Farias, rival de Pezão na corrida ao governo do Estado do Rio.