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Dilma defende Graça Foster em bloqueio de bens: "absurdo"

Dilma disse ser um "absurdo" que o TCU queira bloquear os bens da presidente da Petrobras, "uma pessoa íntegra, correta e capaz, reconhecida não só pelo governo, mas por todo o mercado"

9 ago 2014 - 01h27
(atualizado às 09h22)
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Ela não pode ser submetida a esse tipo de julgamento. E eu acredito que tem por trás dele (julgamento) outros interesses, afirmou Dilma
Ela não pode ser submetida a esse tipo de julgamento. E eu acredito que tem por trás dele (julgamento) outros interesses, afirmou Dilma
Foto: Chico Siqueira / Especial para Terra

A presidente Dilma Rousseff se empenhou pessoalmente de defender a presidente da Petrobras, Graça Foster, nesta sexta-feira, durante visita ao canteiro de obras da ferrovia Norte-Sul, em Iturama, no Triângulo Mineiro. Graça Foster pode ter os bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) devido aos prejuízos causados à estatal pela compra da refinaria de Pasadena.

Dilma disse ser um "absurdo" que o tribunal queira bloquear os bens de Foster, “uma pessoa íntegra, correta e capaz, reconhecida não só pelo governo, mas por todo o mercado, que não pode ser submetida a esse tipo de julgamento”. A petista chegou a dizer que suspeita de forças ocultas por trás do processo de julgamento da presidente da Petrobras.

“Ela não pode ser submetida a esse tipo de julgamento. E eu acredito que tem por trás dele (julgamento) outros interesses”, afirmou Dilma. “E acho que é um absurdo colocar as diretorias da Petrobras submetidas a esse tipo de procedimento”, afirmou a presidente.

Sobre quem estaria por trás do processo para levar Graça Foster a julgamento, Dilma disse que “não são aqueles que estão fundamentados e baseados na melhoria da gestão pública”. Para a presidente, apenas uma pequena parcela dos processos termina com pedido de bloqueio dos bens dos investigados. “Esse processo é um processo pequeno. Só 0,05% de todos os projetos que transitaram na AGU pediram a indisponibilização dos bens”, disse.

A presidente afirmou que “a posição do governo é clara: nós não achamos que a Graça Foster deve contra ela qualquer processo de irregularidade, sequer um processo de irregularidade”. Dilma disse que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, quando foi ao TCU, “estava defendendo Graça Foster e reprovando o absurdo que é submeter uma pessoa íntegra como Graça Foster a este tipo de julgamento”.

Evangélicos

Sobre sua visita à Igreja Assembleia de Deus, Dilma disse que respeita todas as religiões cristãs, mas que a Assembleia de Deus ajudou o País a superar a miséria e que foi lá agradecer o empenho dos evangélicos.

“Sabe qual ponto comum que tenho com a Assembleia? Eu tenho certeza de que a Igreja Assembleia de Deus - e hoje eu agradeci a eles -  tem um compromisso para com os mais pobres, com os excluídos, com as mulheres e tem um trabalho social neste sentido”, comentou a presidente.

Segundo Dilma, um governo que tirou 36 milhões de pessoas da pobreza extrema, da miséria, e que levou 42 milhões à classe média, não pode ter a soberba de achar que só o governo resolve a questão dos pobres”. “A gente tem que fazer parceria com todas as igrejas, e hoje especialmente eu fiquei muito feliz de ter estado lá”, comentou.

Trecho de ferrovia tem obras embargadas

Parte do trecho da ferrovia Norte-Sul vistoriado por Dilma nesta sexta-feira está com as obras embargadas. O embargo foi determinado pela Justiça Federal, em ação movida por assentados de reforma agrária que não receberam a indenização pela desapropriação de suas terras há dois anos. Nesta semana, a presidente disse ter feito “a maior reforma agrária da história”.

A decisão da Justiça Federal de embargar as obras foi mantida em recurso da Valec Engenharia e Ferrovia, responsável pela obra da ferrovia, no dia 29 de julho. A Valec, segundo o advogado Edieles de Oliveira Maia, que defende os assentados, não quer pagar nem recolocar os assentados em outros assentamentos.

Segundo ele, a Valec enganou os assentados dizendo que pagaria pela desapropriação, mas não pagou. “Há dois anos, os assentados assinaram um documento na qual a Valec prometia pagar as indenizações de reforma agrária, mas até hoje não pagou”, disse.

Noventa e sete sem-terra foram assentados no Assentamento Pontal do Arantes, em União de Minas. Segundo Maia, para 10 assentados que ajuizaram ações, a Valec deve em torno de R$ 400 mil. “Os assentados reclamam que perderam um terço de suas terras e ficaram sem espaço para suas criações e plantações”, diz Maia. Segundo ele, as obras foram interditas em cerca de três quilômetros de ferrovia que atravessa o assentamento.

O diretor de engenharia da Valec, Mário Rodrigues, disse que o embargo não representa qualquer perigo para o andamento da obra. Segundo ele, a Valec quer pagar os assentados, mas precisa se acertar com o Incra no processo. “A Valec depende de uma decisão do Incra sobres o assentados no processo”, disse.

Fonte: Especial para Terra
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