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Dilma exige investigação para apurar alterações na Wikipédia

9 ago 2014 - 13h45
(atualizado em 10/8/2014 às 07h54)
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A presidente participou de uma caminhada neste sábado no centro de Osasco
A presidente participou de uma caminhada neste sábado no centro de Osasco
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press

A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Roussef, apontou como “inadmissível” as alterações dos perfis de jornalistas na enciclopédia digital Wikipédia, que teriam sido feitas a partir de um computador do Palácio do Planalto. A petista afirmou que já determinou a apuração dos fatos e lembrou da invasão feita à sua caixa de e-mail durante a campanha presidencial de 2010. A presidente participa neste sábado de um ato de campanha em Osasco ao lado do candidato petista ao governo do Estado, Alexandre Padilha.

“Minha opinião é que isso é absolutamente inadmissível por parte do Planalto, por parte do governo federal ou qualquer governo. O meu e-mail foi pirateado, abriram meu email totalmente não me lembro se foi no fim da campanha ou no início de 2010. Repudio integralmente esse tipo de ação, como o fiz diante dos vazamentos. Nesse caso especifico é algo que quem individualmente quiser fazer que o faça, mas não coloque o governo no meio”, afirmou Dilma Rousseff, em sua agenda de campanha na cidade de Osasco, em São Paulo.

Ela afirmou ainda que colocou diversos órgãos para investigar o fato e disse ser possível descobrir quem foi o autor das críticas colocadas nos perfis dos jornalistas.

“Determinei à Casa Civil e deve ser divulgado pela imprensa que fizesse uma investigação. Pedi que constituísse os seguintes organismos, pela Casa Civil o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação. Pedi que participasse o Ministério da Justiça com a perícia que eles têm ligada à Polícia Federal e pedi que estivesse a Secretaria Geral, que é responsável pela administração do Planalto, e pedi a Controladoria Geral da União. Eu, particularmente, acho, pela experiência que a gente sabe que existe, que é possível descobrir. Eu não vou chegar e falar que vai ser descoberto, mas é possível”, afirmou.

Governo diz que vai apurar

Ontem, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que a alteração os perfis na Wikipedia dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg com informações críticas serão apuradas. Segundo reportagem do jornal O Globo, o IP 200.181.15.10 (IP é um número de identificação digital que possibilita saber de que rede foram feitas as alterações), de onde partiram as mudanças, é o da Presidência da República.

“No caso da alteração dos perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, foi realizada a notificação de incidente e, a partir dos elementos colhidos pela Diretoria de Tecnologia da Presidência da República, será instalado no âmbito da Secretaria de Administração o procedimento apuratório adequado. O procedimento tem prazo de 60 dias para sua conclusão”, afirma trecho de nota oficial.

Mais cedo, a Secretaria de Imprensa do Presidência havia afirmado, por meio de outro comunicado, que seria “tecnicamente impossível” identificar responsáveis pelo fato de não haver armazenamento de dados de navegação anterior a seis meses – o caso relatado pelo jornal data de maio de 2013. Em outra oportunidade, a Secretaria de Imprensa recuou ao afirmar que a identificação não é necessariamente impossível, mas que será investigada.

A Secretaria de Imprensa se contradisse, no entanto, ao informar que seria possível solicitar à Wikipedia, por vias judiciais, que o IP específico do computador que fez as alterações nas páginas. Ao jornal O Globo, o Planalto havia afirmado que "o número de protocolo de internet (IP) citado pela reportagem é o endereço geral do servidor da rede sem fio do Palácio do Planalto. (…) Por isso, não é possível apontar com segurança a identidade de quem alterou os textos citados pela reportagem a partir do número de IP em maio de 2013."

Conforme a Presidência, outro complicador é o fato de que o usuário poderia ter usado a conexão sem fio do Palácio do Planalto, “ou seja, qualquer pessoa, mesmo que estivesse em visita ao Palácio do Planalto, poderia, em tese, ter realizado as alterações”.

Apesar da alegação da Presidência, em maio de 2013 o Planalto não oferecia rede wifi a visitantes. Para acessar as redes na época era necessário alterar configurações específicas de rede e senha. Uma rede sem fio aberta a visitantes só foi oferecida durante a Copa do Mundo, quando Brasília recebeu um número elevado de turistas que visitava o palácio.

Na nota, a Presidência afirmou que a partir de julho deste ano um novo software foi instalado e triplicou a memória do servidor do Palácio do Planalto, o que permite arquivar por mais tempo todas as operações dos mais de 3,7 mil computadores vinculados à Presidência.

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Fonte: Terra
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