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Dilma: uso da polícia para fins eleitorais seria retrocesso

Presidente defendeu investigação até da denúncia anônima que motivou abordagem ao candidato Edison Lobão Filho, no Maranhão

26 set 2014 - 19h56
(atualizado às 20h19)
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A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, evitou nesta sexta-feira sair em defesa de uma ação da Polícia Federal que abordou o senador e candidato ao governo do Maranhão, Edison Lobão Filho (PMDB), e defendeu a apuração de irregularidades. Em entrevista no Palácio da Alvorada, a petista disse que o uso da polícia para fins eleitorais seria retrocesso. 

Ontem, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) acusou a PF de intimidar o candidato, com pretexto de buscar recursos ilegais, em uma ação de busca no aeroporto de Imperatriz (MA). Mais cautelosa, Dilma disse que não poderia fazer prejulgamentos, mas defendeu a investigação até da denúncia anônima que levou os investigadores a abordar a comitiva do candidato.

“Este País é um País com uma democracia estruturada, que não admite o uso de uma polícia, nem de ninguém, no sentido de comprometer processos eleitorais. É uma volta atrás se isso se caracterizar”, disse a presidente.

Para a petista, qualquer órgão pode cometer erros ou equívocos, pois são integrados por pessoas. “Sempre, em qualquer circunstancia, terá de será investigado, porque autonomia não significa autonomia para cometer erros, coisas incorretas, autonomia significa autonomia para investigar. Agora não é possível fazer isso ao arrepio da lei e isso nós vamos investigar”, disse a presidente.

A presidente disse ainda que o fato de a ação da PF ter sido iniciada a partir de uma denúncia anônima aumenta a necessidade de investigação. “Vamos investigar inclusive quem é o denunciador anônimo”, disse a petista, que pediu rigor e rapidez no procedimento ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Medidas anticorrupção

Em entrevista após receber blogueiros no Palácio do Planalto, Dilma defendeu ações de combate a corrupção para reforçar seu discurso de que não é conivente com escândalos. Entre as ideias, a petista defendeu a criminalização do uso de caixa dois em campanhas eleitorais, a tipificação de um crime para agentes públicos que apresentaram enriquecimento sem justificativa, uma nova estrutura para investigação de pessoas com foro privilegiado e uma nova ação para tomar posse de bens adquiridos de forma ilícita. 

Manifesto de generais

Na entrevista, a presidente disse que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai concluir seu trabalho apesar das críticas de militares. Nesta sexta-feira, o site do jornal O Estado de S. Paulo publicou um manifesto de 27 generais da reserva que ataca o colegiado e avisa que não pedirá desculpas pelos atos cometidos durante a ditadura militar.

“Acredito piamente na democracia. Acredito que leis em Estado democrático de direito é para serem cumpridas. Quem não quiser pedir (desculpas), não peça. Agora, haverá um posicionamento do Estado brasileiro”, disse a presidente

Fonte: Terra
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