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Petistas criticam “Aécio machista” e pedem amor em campanha

Organizadores do evento reclamaram do "nível" da campanha e criticaram suposta agressão de Aécio a mulher

23 out 2014 - 22h19
(atualizado em 24/10/2014 às 09h28)
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Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, marcaram presença em um ato pró-Dilma Rousseff na noite desta quinta-feira, no Largo da Batata, na região oeste de São Paulo. Com bandeiras e vestidos de vermelho, os apoiadores da candidata do PT à Presidência criticaram o adversário tucano Aécio Neves o chamando de “machista”. Apesar disso, outros militantes pediram uma campanha eleitoral mais “amorosa”. Segundo eles, o segundo turno da eleição presidencial foi repleto de “ódio”.

<p>O evento foi organizado por meio de redes sociais; 4,5 mil pessoas confirmaram presença na página do encontro</p>
O evento foi organizado por meio de redes sociais; 4,5 mil pessoas confirmaram presença na página do encontro
Foto: Thiago Tufano / Terra

Algumas apoiadoras de Dilma resolveram se manifestar com cartazes para criticar o candidato tucano. “Eu não voto em candidato que bate em mulher” e “Candidato machista não me representa” foram dois dos dizeres colocados no papel. As eleitoras referiram-se a um episódio de suposta agressão de Aécio a então namorada Leticia Weber, em 2009, mas negada pelo candidato na época.

O evento aconteceu no dia seguinte de um ato pró-Aécio que reuniu cerca de dez mil pessoas também no Largo da Batata. Porém, na ação da última quarta-feira organizada pelo PSDB, lideranças do partido, como o senador eleito José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além do ex-jogador Ronaldo estiveram presentes. Já nesta quinta, apesar de terem sido convidados, poucos petistas compareceram ao local, como foi o caso do ex-ministro da Saúde e ex-candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha, e do coordenador de campanha de Dilma no Estado Emídio de Souza.

Um DJ e caixas de som fizeram a alegria dos militantes petistas ao longo de toda a noite, além de ambulantes vendendo bebidas. O evento foi organizado por meio de redes sociais e por volta das 17h30 havia 4,5 mil pessoas confirmadas.

“Queremos votar nela, mas acreditamos que tem que ser propositivo, porque existem muitas coisas que ainda não foram realizadas no governo dela e num eventual segundo governo a gente gostaria que isso recebesse mais atenção”, afirmou Maria Lutterbach, uma das organizadoras do evento. Segundo ela, na pauta de discussão proposta a Dilma está a autonomia dos povos indígenas, uma política de drogas mais humanizada e a legalização do aborto. “São temas espinhosos que sempre aparecem nas eleições, mas que depois fica difícil tratar pelas barreiras do Congresso”, completou.

Apesar de ter acontecido um dia depois e no mesmo lugar do ato organizado pelos tucanos, Maria afirma ter sido uma grande coincidência. “Não sabíamos que ia ter o evento. Agora é uma resposta amorosa a uma campanha que se tornou muito agressiva e muito violenta. Acreditamos que o diálogo pode ser de mais alto nível, mais pacífico. Ontem houve gritos, uma cultura do ódio e essa festa é pacífica e não agressiva”, explicou.

<p>Alguns manifestantes chamaram Aécio de machista durante o ato</p>
Alguns manifestantes chamaram Aécio de machista durante o ato
Foto: Thiago Tufano / Terra

Padilha também acredita que o ato petista não seja uma resposta aos tucanos e que a quantidade de pessoas no Largo da Batata mostra a força do Partido dos Trabalhadores nas eleições.

“Fizemos atos diversos. O segundo turno está sendo muito importante para que se eleve o debate sobre vários temas no País, entre eles a liberdade da juventude, solidariedade, respeito. Fizemos ocupação artística na Sé, na Unicamp, na USP, no Tuca. É mais um ato e vamos mostrar quem tem força na rua. Quem vota não pelo ódio, mas pelas propostas que tem. Essas são as pessoas que estão apoiando a Dilma no segundo turno. Nossa campanha na rua é maior que a dos outros”, cutucou o petista.

Críticas a Aécio

A organizadora Maria Lutterbach também deixou sua crítica ao candidato tucano e voltou a manifestar sua preferência por Dilma Rousseff. “Muitas pessoas se identificaram com as pautas e o objetivo era falar, não para os petistas convictos, mas para as pessoas que votaram nulo e que acreditamos que não é uma opção agora, porque o outro candidato representa um retrocesso muito grande e com a Dilma pelo menos a gente pode dialogar”.

Giorgia Bruscolucci, assistente de compras na área de importação e exportação, criticou a maneira com que o PSDB quer levar a política externa e chegou a afirmar que “Cuba não é tão horrível assim”, referindo-se às críticas dos tucanos que dizem que o PT quer transformar o Brasil num país socialista.

“Com o Aécio a política externa fica mais voltada para ações com os EUA. Com o Lula e a Dilma ficamos mais fortalecidos com os Brics e países da América Latina. Se não fizer acordo com outros países vamos para o ralo. O governo está há 12 anos aí e não virou Cuba, que não é tão horrível. Até o FHC fez acordo com Cuba. Não sei por que o pessoal reclama de Cuba. Eles exageram demais”, disse.

O músico Amílcar Rodrigues preferiu falar a respeito da economia e disse estar preocupado com as ações que poderiam ser adotadas por Aécio caso seja eleito.

“Eu vejo que são duas propostas bem diferentes. A proposta da Dilma é de inclusão e a do Aécio eu sinto que é de exclusão, de favorecer o empresariado, especulação financeira e sem progresso na área social. Essa busca do crescimento econômico a qualquer preço me preocupa porque o mundo não está crescendo. Não tem como a gente crescer sem arrochar o trabalhador, que é o neoliberalismo que vimos que não funciona”, explicou.

Fonte: Terra
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