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Dividido, PSB aprova neutralidade nas eleições presidenciais

Situação em Minas Gerais, sobre a candidatura de Marcio Lacerda, ainda será discutida

5 ago 2018 - 13h17
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Em uma convenção nacional conturbada, o PSB oficializou neste domingo, 5, a decisão de não coligar com nenhum outro partido na disputa à Presidência da República nas eleições 2018. A votação foi simbólica. O resultado faz parte de um acordo que a sigla fez com o PT na semana passada. Assim, os candidatos aos governos estaduais poderão levar para seus palanques o apoio a qualquer outro postulante ao Palácio do Planalto de acordo com os interesses regionais.

A convenção, no entanto, foi marcada por tumultos e manifestações de grupos que defendiam o apoio formal ao candidato do PDT, Ciro Gomes. O presidente da sigla, Carlos Siqueira, lembrou que o partido tentou ter um candidato próprio com a indicação do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa mas, diante da sua negação, a sigla ficou "sem opção".

Nas redes, apoiadores de Ciro publicaram imagens de cartazes levados à convenção do PSB
Nas redes, apoiadores de Ciro publicaram imagens de cartazes levados à convenção do PSB
Foto: Reprodução/Twitter@RedesCiro / Estadão

Ele também rechaçou o termo "neutralidade" e disse que a decisão é a de não coligar com os candidatos que se colocaram na disputa ao Palácio do Planalto. "Isso não significa neutralidade, porque neutralidade não existe nem nas pessoas e nem nos partidos", disse.

Siqueira disse ainda que a atuação do PSB no pleito eleitoral será grande já que, em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto está Jair Bolsonaro (PSL), e o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está preso. Antes da votação, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, fez um breve discurso em que pediu que os convencionais decidissem pelo apoio a Ciro Gomes.

A posição do PSB foi tomada após um acordo fechado com o PT na semana passada para desidratar a campanha de Ciro Gomes. A costura entre as cúpulas dos dois partidos, no entanto, sacrificou candidaturas regionais dos dois partidos e gerou reações indignadas em Pernambuco e Minas Gerais.

A legenda petista articulou um processo de asfixia da candidatura de Ciro para manter a hegemonia no campo da esquerda, mesmo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso e condenado na Lava Jato - apesar da prisão e potencial inelegibilidade de Lula com base na Lei da Ficha Limpa, o partido vai anunciá-lo oficialmente como candidato.

Situação em Minas Gerais segue indefinida

Durante o encontro, a direção nacional do PSB decidiu anular a convenção do partido em Minas Gerais que aconteceu neste sábado, 4. Apenas a lista de deputados federais aprovadas ontem foi mantida. A decisão atinge diretamente a intenção de Márcio Lacerda de viabilizar a sua candidatura ao governo do estado.

Durante o evento, ele fez um discurso de 43 minutos em que fez um apelo à direção nacional e pediu para que todos sentassem nesta tarde para continuar discutindo a questão. Uma reunião entre os dirigentes será realizada nesta tarde. Aos correligionários, Lacerda afirmou que não pode abrir mão de sua candidatura diante do grande apoio que tem no estado. "Minha candidatura é legítima, eu não posso ser tratorado assim", disse.

No acordo com o PT, que retirou a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco, o PSB destituiu o diretório mineiro do partido para impedir que Lacerda entre na disputa ao governo do Estado. O PSB mineiro, porém, insiste na candidatura própria ao Palácio da Liberdade e tenta garanti-la na Justiça.

Embora adversário, a saída de Lacerda da disputa deve beneficiar o atual governador Fernando Pimentel (PT), que tenta a reeleição. Após o discurso de Lacerda, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, reagiu e disse que "em nenhum momento foi procurado para fazer negociação sobre uma proposta intermediária". "Não podemos correr risco de fazer convenção hoje à noite e ela se transformar no que aconteceu na convenção de ontem. Temos que decidir hoje e aqui", disse.

Estadão
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