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Doria diz que PSDB deve buscar diálogo com Moro, Mandetta, Pacheco e Tebet

Em entrevista coletiva na véspera das prévias tucanas, governador de São Paulo defendeu conversa com outros nomes da terceira via para as eleições de 2022

20 nov 2021 - 20h06
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BRASÍLIA - Na véspera das prévias que escolherão o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que, se escolhido para representar o partido na corrida eleitoral, deverá buscar diálogo com outros nomes da chamada terceira via. Ele citou nominalmente o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Doria disputa a indicação do PSDB para concorrer ao Palácio do Planalto com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - chamado pelo paulista de "jovem" - e com o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, tido como menos competitivo. A votação das prévias tucanas será realizada neste domingo.

"Se eu vencer as prévias do PSDB, essa será a nossa conduta de isenção, humildade e desentendimento, sem prerrogativa de nenhuma parte", afirmou o governador paulista em coletiva de imprensa neste sábado, em Brasília. Na avaliação do tucano, os nomes citados da terceira via são pessoas "muito qualificadas" e "experientes na vida política". "Terceira via, se não for fragmentada, será a melhor via. E terá toda a chance de disputar segundo turno das eleições presidenciais e vencer", declarou.

Questionado se aceitaria ceder a cabeça de chapa a uma outra figura política, Doria afirmou que "nada pode ser descartado". "Não se pode iniciar conversa já estabelecendo condições para conversa. Democracia deve ser entendida de outra maneira".

O governador paulista voltou também a defender a realização de prévias no PSDB. "Sairemos fortalecidos, todos serão vitoriosos, não teremos derrotados amanhã", disse Doria. "Considero que será muito difícil para o PSDB futuramente não seguir o mesmo procedimento de escolha de candidato para a Presidência da República e até governos estaduais", acrescentou.

Doria afirmou ainda que não terá um "Posto Ipiranga" caso seja escolhido amanhã, nas prévias do PSDB, como o candidato do partido à Presidência da República. A fala de Doria vem após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, também pré-candidato a presidente, anunciar o economista Affonso Celso Pastore como seu conselheiro na área econômica. Em entrevista ao Estadão, o economista também rejeitou o título. Foi o presidente Jair Bolsonaro quem cunhou a expressão "Posto Ipiranga" para se referir ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Não teremos um 'Posto Ipiranga' caso vençamos as prévias, teremos uma equipe", disse Doria. "Nada diferente do que fez Fernando Henrique Cardoso. Quem produziu o Plano Real foi uma equipe. Tivemos um líder, mas com um grupo de economistas, ele sempre ressaltou isso", acrescentou.

Conflitos internos

Questionado sobre a decisão do senador José Aníbal (SP) de apoiar o governador Eduardo Leite nas prévias do partido, Doria lembrou que o parlamentar não é o titular do cargo. "São Paulo tem como titulares os senadores José Serra e Mara Gabrilli (pelo PSDB), que expressaram voto em nós", alfinetou o governador. "Talvez ele (Aníbal) receba sua terceira derrota em menos de seis anos em prévias", seguiu Doria.

Aníbal e o ex-deputado federal Marcus Pestana (MG), coordenador e presidente da Comissão de Prévias do PSDB, respectivamente, anunciaram apoio a Leite nas prévias tucanas. A manifestação acabou gerando mais um conflito entre os membros do partido ao longo deste sábado.

O coordenador da campanha de Doria, Wilson Pedroso, teceu críticas aos companheiros de sigla e disse que causou estranheza "a parcialidade, antes velada, agora tornada explícita faltando menos de 24h para a eleição". "As raposas estavam dentro do galinheiro", completou.

Em resposta às acusações, Aníbal afirmou que os ataques aconteceram de forma "injuriosa", já que se afastou do cargo antes de anunciar o seu apoio. "Ontem entreguei ao presidente do partido a função que desempenhei como coordenador das prévias. Em seguida manifestei meu apoio a Eduardo Leite. Qual o problema? Agora atacam minha posição de forma injuriosa. Por que perderam nos critérios das prévias? Por que perderam na tentativa de fraude? As verdadeiras raposas felpudas parecem inconformadas", afirma, em nota.

Aníbal concorreu com Doria a indicação do PSDB para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016 e o governo do Estado em 2018, mas foi derrotado nas duas oportunidades. Hoje, o senador e aliados de Doria trocaram críticas públicas.

Votação acontece neste domingo

Após a coletiva de imprensa, o governador seguiu para um jantar com prefeitos e lideranças tucanas no hotel Royal Tulip Brasília, um dos mais luxuosos da cidade. A reportagem acompanhou os ajustes finais da estrutura de som e de grandes painéis de LED exibindo fotos do governador e a mensagem "Para o PSDB voltar a vencer, João Doria".

Depois do evento, Doria encerrará a agenda do dia na residência do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF). Além do governador, estiveram na coletiva de imprensa tucana o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB); o secretário do Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi; o coordenador da campanha de Doria nas prévias, Wilson Pedroso; os deputados federais Alexandre Frota (SP), Beto Pereira (MS) e Ruy Carneiro (PB); e a deputada estadual Carla Morando (SP). Tomás Covas, filho de Bruno Covas, ex-prefeito de São Paulo falecido em 16 de maio, no exercício do mandato, também marcou presença.

As prévias do PSDB ocorrem neste domingo. Os filiados poderão votar das 7 horas às 15 horas por meio de um aplicativo. Haverá uma cerimônia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, onde o vencedor será anunciado às 17 horas.

Estadão
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