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"Não saio como traidor, saio como vencedor", diz Doria

Na manhã desta segunda-feira, governador eleito declarou que não vai tratar a população que não votou nele como inimiga

29 out 2018 - 12h47
(atualizado às 12h58)
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Foto: Alex Silva / Estadão

No dia seguinte à vitória em segundo turno pelo governo de São Paulo nas eleições 2018, o tucano João Doria afirmou em entrevistas que fará uma gestão conciliadora e não voltada apenas aos eleitores que votaram nele - o candidato do PSDB venceu a eleição mais apertada do País, com 51,7% dos votos válidos ou 740 mil votos apenas de diferença para o atual governador Márcio França (PSB).

Na manhã desta segunda-feira, 29, Doria declarou que não vai tratar a população que não votou nele como inimiga. "Terminou o jogo vamos nos cumprimentar e tratar de olhar para frente. Sobretudo olhar para a população. Governar para todos, não apenas para os que me elegeram, mas também para os que não me elegeram. Quero ser o governador de São Paulo para todos os paulistas, todos os brasileiros que vivem em São Paulo", disse ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo.

O tucano anunciou que a transição será tocada pelo seu vice na chapa, o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM), e elencou quatro áreas como prioritárias em sua futura gestão: geração de empregos, segurança pública, saúde e educação.

Doria também falou sobre sua relação com o PSDB. Em entrevista ao programa Em Ponto, da Globonews, afirmou que não sai das eleições 2018 como um traidor, mas como um vencedor. "Não saio como traidor, saio como vencedor. Venci as eleições para o governo de São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O desempenho do PSDB no País foi ruim, mas aqui vencemos", disse Doria, em referência ao áudio vazado da última reunião da executiva nacional do partido, onde Geraldo Alckmin insinua que o ex-prefeito seja um traidor.

"Ao contrário da velha política que se preocupa só em pensar em si, eu prefiro pensar na população. Vamos governar para quem precisa e ressintonizar o PSDB, que perdeu essa sintonia com o povo. O PSDB é um grande partido, formado por pessoas significativas. Precisamos sair desse patamar e ir para o chão, conversar com a população, saber quais são as suas demandas. É a segunda eleição que eu ganho em dois anos. Eu sintonizei com aquilo que a população quer saber. Espero que nacionalmente o PSDB respeite isso", disse.

No domingo, 28, o tucano afirmou à imprensa que não recebeu ligações de lideranças nacionais do partido para cumprimentá-lo pela vitória, como Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas afirmou que esses gestos não eram importantes.

À Rádio Globo, Doria disse reconhecer a importância de ambos, mas ressaltou sua vitória, na contramão do desempenho do PSDB nacionalmente - Alckmin ficou em quarto lugar na eleição presidencial, com 5% dos votos válidos. O tucano preferiu comentar a conversa que teve com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), por telefone. "Ele foi gentilíssimo comigo, ficamos de ter um encontro nos próximos dias. Espero que hoje possamos sintonizar dia e horário."

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Estadão
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