Duelo de protestos, constrangimento de mulher de Nunes e Marçal silenciado: veja os bastidores do último debate antes do 1º turno em SP
Evento acontece a 3 dias do primeiro turno, encerrando um ciclo de 11º debates, marcados por xingamentos, violência e tensão
-1jy7orqt0u4hi.png "Redação Terra"){kind=small}
Os bastidores do último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado na noite desta quinta-feira, 3, foram marcados por duelo de protestos entre apoiadores de Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL), constrangimento da mulher de Ricardo Nunes (MDB) e Pabblo Marçal (PRTB) silenciado por coordenadores de campanha. O evento acontece a 3 dias do primeiro turno das eleições de 2024, encerrando um ciclo de 11º debates, marcados por xingamentos, violência física e muita tensão.
Acompanhe a cobertura completa das Eleições 2024 no portal Terra e fique por dentro de todas as notícias.
Ainda que o clima tenha sido bastante ameno dentro dos estúdios, fora a situação era mais tumultuada. Horas antes do debate começar, por volta das 18h40, um pequeno grupo --com bonés, adesivos e bandeiras do candidato Pablo Marçal-- já se reunia em frente a uma das entradas da TV Globo. Mas não demorou muito para se transformar em uma multidão. Muitos apoiadores chegaram ao local com microônibus adesivados com logos da campanha.
‘Jejum de crime’, ‘gesso cenográfico’ e mais: veja as frases dos candidatos à Prefeitura de SP em debate
-s1dvedf5aa0k.png)
Com tom ameno, último debate entre candidatos à Prefeitura de SP tem Nunes como alvo, parceria com Datena e embates entre Marçal e Boulos
Nunes beija esposa e diz que B.O não menciona agressão: 'Foi um problema de ligações e mensagens'
‘Uniformizados’ e organizados, os apoiadores do candidato do PRTB disseram não estar lá por dinheiro. O movimento foi bem aproveitado por vendedores ambulantes, que aproveitaram a freguesia para vender bonés com o M do candidato de várias cores e tamanhos. Os acessórios eram vendidos por cerca de R$ 40.
A partir das 19h, a rua começou a ser ocupada por apoiadores de Guilherme Boulos, e o clima foi ficando mais tenso. Policiais militares reforçaram a segurança em frente à emissora, que também atraiu apoiadores da Unidade Popular (UP), com uma enorme bandeira do partido e um megafone. Eles disseram estar no local para protestar contra a ausência do candidato a prefeito da sigla, Ricardo Senese. Em entrevista ao Terra, uma das eleitoras demonstrou preocupação com a segurança e perguntou por algum responsável pelo ato de Marçal para ter uma espécie de 'acordo de não agressão' entre as partes.
Às 20h, os grupos de eleitores de Marçal e de Boulos já estavam bem maiores e separados por barreiras que foram instaladas para manter ordem e também para garantir espaço para entrada e saída de veículos. Apesar do clima de tensão, não houve incidentes. Ambos os grupos ficaram se provocando, mas nada puderam fazer além de gritar um com o outro.
Pablo Marçal chegou ao local por volta das 21h, uma hora antes do início do debate, e causou gritaria e corre corre entre os apoiadores, que grudaram no carro do candidato para poder vê-lo. Marçal, porém, não deixou o veículo para conversar com eleitores, apenas para subir no teto do carro enquanto fazia live nas redes sociais.
O carro de Marçal entrou na Globo passando de um lado por seus apoiadores e, do outro, por eleitores de Boulos e da UP. Nao houve provocação do ex-coah contra os eleitores do adversário. Ele baixou o vidro para dar um tchau distante para os fãs e receber um presente de um apoiador que furou a barreira, mas rapidamente foi contido pela PM. Com o candidato do PRTB dentro da emissora, aos poucos, o ato foi dispersando.
O clima era bem mais calmo em outra portaria, dedicada a entrada da imprensa, mas também havia certa preocupação com a segurança. Todos os profissionais de imprensa passaram por um detector de mental e tiveram malas e mochilas revistadas. Os jornalistas e fotógrafos ficaram restritos a um espaço reservado e não puderam circular pelo estúdio onde o debate foi realizado.
Mas, ao final do debate, os candidatos conversaram com a imprensa. Primeiro Datena, que confessou estar cansado da campanha política, depois Boulos, que disse que fez o exame toxicológico para acabar com as "fake News de Marçal". Já Tabata criticou a tese do voto útil, afirmando que isso é para que a campanha de Boulos possa "perder com mais honra".
O atual prefeito Ricardo Nunes levou a mulher Regina para o debate, onde explicou o boletim de ocorrência que ela registrou contra ele em 2011. O casal chegou junto à sala de imprensa. Quando Nunes terminava de falar, a reportagem flagrou Baleia Rossi, presidente do MDB, falando para Regina se juntar ao marido no púlpito. Ela hesitou, mas quando Baleia pediu pela segunda vez, ela decidiu seguir a orietação.
O caso tem sido recorrentemente usado pelos adversários contra Nunes. Na última segunda-feira, 30, Marçal perguntou 10 vezes para o prefeito sobre a denúncia, que fugiu da resposta. Regina e Nunes são casados há 27 anos e, juntos, têm três filhos. De acordo com a polícia, na ocasião em que houve o registro do B.O. contra o marido, Regina afirmou que eles viviam em união estável há 12 anos, mas que estavam separados há sete meses por conta do "ciúmes excessivo" de Nunes, que na época era vereador. Posteriormente, ela retirou a acusação. Em 2020, quando o caso se tornou público, ela negou as agressões e disse que "estava em um momento difícil". "Acabei dizendo coisas que não são reais, tanto é que estamos juntos há mais de 20 anos", declarou.
Também acompanhado da mulher, Ana Carolina, Marçal foi o último a falar com a imprensa. Quando o candidato do PRTB falava sobre sua recuperação, criticou Tabata Amaral (PSB), que o acusou de mentir sobre o gesso que tem na mão direita, como consequência da cadeirada levada por Datena no debate promovido pela TV Cultura. "Ela é médica agora", debochou. Nesse momento, a reportagem flagrou um integrante da equipe pedindo para que o ex-coach não tocasse mais nesse assunto.
Tecnicamente empatado com Boulos e Nunes na liderança pelas intenções de votos, Marçal tenta atrair o voto feminino de olho no segundo turno da corrida eleitoral paulistana.
-(2)-rhoxp3p5yl2v.png)
