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Eduardo Bolsonaro nega que pai propague violência e ódio

Outro filho do candidato à presidência, Flávio Bolsonaro, que concorre ao Senado pelo PSL, criticou a imprensa e pediu a simpatizantes no Rio orações pelo pai; em Brasília, general Heleno comandou ato de campanha

9 set 2018 - 14h23
(atualizado às 15h35)
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O filho do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Bolsonaro, negou que seu pai propague violência e ódio e culpou a esquerda por disseminar a intolerância no Brasil. As declarações de Eduardo se seguram a manifestações públicas do outro filho do presidenciável, Flávio Bolsonaro, e do general da reserva Heleno Augusto Ribeiro, que organizou um ato de solidariedade ao aliado em Brasília.

"A pergunta que eu deixo no ar é: quem são os intolerantes? Quem é que são os radicais. Será que nós é que somos os intolerantes? ", disse ele, destacando que o agressor de Bolsonaro saiu vivo e sem ferimentos após o ataque feito em uma multidão de 20 mil pessoas.

"Ele já tomou purpurinada, já tomou ovada, agora tomou uma facada", disse Eduardo Bolsonaro na frente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "Tentaram tirar a vida de Jair Bolsonaro porque ele está muito próximo de chegar à presidência para ser uma pessoa que muda o jogo entre a alternância de poder entre esquerda mais radical e outra mais moderada."

Eduardo disse que uma facada, nas circunstâncias do evento em Juiz de Fora é muito mais " invasiva e letal" que um tiro naquela distância. "A faca entrou 12 centímetros. Se fosse uma arma de fogo teria sido uma lesão até menor." Bolsonaro está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein desde sexta-feira, 7.

Já no Rio de Janeiro, no primeiro evento de campanha presidencial do PSL após o atentado contra o seu candidato à presidência, Jair Bolsonaro, o outro filho dele, que concorre ao Senado pelo mesmo partido, Flávio Bolsonaro, pediu aos seus eleitores e simpatizantes presentes na praia de Copacabana que a partir de agora "todos sejam Bolsonaro".

Criticando muito a imprensa, a quem acusa de tratar com naturalidade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - representado no evento por um homem fantasiado de presidiário - e tratar seu pai como um "monstro", Flávio disse que Bolsonaro não foi esfaqueado porque poderia ser eleito presidente, "mas porque já tinha sido eleito", afirmou.

Flávio Bolsonaro na praia de Copacabana neste domingo, 9, no Rio de Janeiro.
Flávio Bolsonaro na praia de Copacabana neste domingo, 9, no Rio de Janeiro.
Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo/Divulgação / Estadão

Aos gritos de mito, como costumam fazer quando Bolsonaro está presente, os apoiadores dos candidatos portavam muitas bandeiras do partido e do Brasil e aplaudiam a cada nova notícia dada por Flávio: "Ele já está andando! Está mais forte do que nunca!", gritava Flávio, que pediu uma oração ao fim do discurso.

Depois, falando com jornalistas, disse que teme pela própria segurança porque considera o atentado um ato premeditado que visava a família toda. Ele informou que aumentou a segurança da campanha a senador e afirmou que em poucos dias será divulgado o resultado das investigações sobre o crime que considera premeditado, e não obra de um louco, "como diz parte da imprensa".

"Apreenderam quatro lá todos e quatro celulares na pensão em que o criminoso estava, ele tinha sim problemas mentais, afinal, foi do PSOL", disse, sendo muito aplaudido. "Meu pai foi até onde pode, agora é com a gente", conclamou.

Em Brasília, general da Reserva comanda ato de campanha

O general da reserva Heleno Augusto Ribeiro comandou, na manhã deste domingo, no Eixão, principal pista do Plano Piloto, uma caminhada de campanha do candidato do PSL ao Planalto e do general Paulo Chagas (PRP) ao governo de Brasília. O evento já estava previsto desde o começo da semana passada e, após o ataque em Juiz de Fora, se transformou num ato de solidariedade a Bolsonaro. O major Emerson Almeida, da Polícia Militar, estimou que 1.200 pessoas participaram do evento.

De megafone na mão, Heleno pediu empenho dos aliados e seguidores para manterem o "entusiasmo" até a reta final do primeiro turno. Em entrevista, ele avaliou que o atentado "impulsionou" a campanha. "O trágico incidente de Juiz de Fora, que poderia significar a perda da vontade e do ânimo, só aumentou o entusiasmo e a convicção de que vamos conquistar nosso objetivo, que é a vitória", disse.

Ao analisar o ataque com faca a Bolsonaro, o general da reserva avaliou que casos de violência contra personalidades públicas ocorreram com frequência no País e no exterior. Ele disse que não parte da mesma"direção" dos que apontam falha no sistema de segurança da Polícia Federal, que faz a escolta do candidato. "Eu acredito que nesse tipo de atividade, uma campanha, onde há uma aglomeração em volta do candidato, é obvio que essa autoridade fica vulnerável", observou.

Ele lembrou dos atentados contra o Papa João Paulo II, em 1981, que sobreviveu, e os irmãos John e Robert Kennedy, em 1963 e 1968, um morto com tiros à longa distância e outro alvejado a poucos metros. "O princípio da segurança de autoridade é saber que esse tipo de atividade tem um risco intrínseco envolvido", ressaltou o general. "É muito difícil evitar porque está inclusive na Doutrina de Segurança: se o agressor estiver disposto a arriscar sua liberdade e sua própria vida, é muito mais difícil de impedir", completou. "Num monte de gente, de repente, surge uma faca ou até uma arma de fogo, até que (o agressor) seja neutralizado o atentado já aconteceu."

Alternância.O general voltou a avaliar que um grupo está por trás do ato de "extrema loucura" de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Bolsonaro. Heleno ressaltou, no entanto, que Bispo não é um "maluco", mas alguém que sabia o que estava fazendo. Na entrevista, o general não fez acusações contra partidos ou grupos políticos, mas criticou a postura dos concorrentes na reta final do primeiro turno.

"Os ânimos vão ficando acirrados cada vez mais à medida que uma parte do quadro político entra em desespero quando percebe que vai acontecer uma alternância do poder", disse. "A esquerda já aniquilou vários países do mundo e não admite alternância", ressaltou. "Não é só no Brasil. É no mundo inteiro. Eles não leem manual político que prevê, numa democracia, a possibilidade de alternância. Então, para eles, a saída do poder é algo traumático, inimaginável, uma perda irreparável. Não é. Trabalhem para daqui a pouco ter outra alternância. É minha sugestão."

Depois de passar por momentos de tensão diante do quadro de saúde de Bolsonaro, Heleno estava mais descontraído. O general, porém, não deixou de fazer críticas à imprensa, especialmente à cobertura sobre declarações do candidato do PSL sobre desarmamento. Ele ressaltou que Bolsonaro quer apenas o cumprimento do plebiscito de 2005 em que a maioria se posicionou contra a proibição do comércio de armas de fogo. O general disse que, em qualquer situação, a compra de uma arma só será permitida se forem cumpridos requisitos. Ele comparou a aquisição de arma à compra de um automóvel, que exige exames e curso de direção. "Quem cumpre os requisitos tem direito de ter uma arma para defesa pessoal. Isso é a posse da arma. O porte da arma, na rua, em publico, é outra situação", afirmou. "A imprensa sabe disso: ninguém é bobo de achar que vamos distribuir arma na barraca da esquina, que o Brasil vai virar um grande faroeste, a terra de Marlboro, de oito milhões de quilômetros quadrados. Isso é uma desonestidade intelectual da imprensa, de boa parte dela."

Para o general, a imprensa "transforma" as "brincadeiras" de Bolsonaro sobre armas em "coisas sérias" e "factoides". "Isso é bobagem. As brincadeiras são válidas no contexto que estamos vivendo. Vivem falando que Bolsonaro é violento e prega violência. É mentira. Ele sempre disse que o emprego institucional da violência contra bandido é a única solução para melhorar a nossa segurança", disse. "É para isso que existem instituições, que são pagas e treinadas para o uso institucional da violência."

Em campanha ao governo distrital, o general Paulo Chagas disse que o clima é de superação e alívio, com a melhora do quadro de saúde de Bolsonaro. "Era uma coisa possível. Ele correu esse risco e infelizmente aconteceu. O adversário deu conta da vulnerabilidade e conseguiu o seu intento, mas deu um tiro no pé", disse. "A campanha do Bolsonaro recebeu um impulso, não tenho dúvidas", avaliou. "Ele vai ganhar no primeiro turno."

Estadão
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