Campos ataca disputa de "passados" e faz série de promessas
PSB confirmou em convenção neste sábado a chapa de Eduardo Campos e Marina Silva
Na tentativa de se firmar como uma terceira via nas eleições deste ano, o candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, atacou o discurso de “passado contra passado” protagonizados pelo PT e PSDB e fez uma série de promessas para um eventual governo. Campos, que teve a candidatura confirmada em convenção neste sábado, disse que a presidente Dilma Rousseff levou os municípios a uma “quebradeira”, disse que manterá os programas sociais do governo petista e garantiu ter capacidade de “unir o Brasil”.
“Quem quer andar rumo a um Brasil mais justo, não pode ficar andando para trás, não pode achar que futura eleição daqui a quatro meses poderá ser a disputa do passado com o passado. As conquistas do passado serão garantidas no nosso governo”, disse o ex-governador de Pernambuco, que foi ministro do governo Lula. “Essa política rasteira do medo e da difamação de que no nosso governo vamos acabar com o Bolsa Família, no nosso governo vamos acabar com a corrupção, vamos acabar com o patrimonialismo, vamos manter o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, nosso governo vai manter a estabilidade da moeda”, discursou.
Dentre a série de promessas, Campos disse que não vai aumentar impostos. “Vamos fazer, no primeiro ano de governo, a reforma tributária que o País reclama. Serei o primeiro presidente da República da história recente da democracia que não vai aumentar tributos”, disse.
Sem explicar como, disse que seu governo será capaz de derrubar a inflação e aumentar o crescimento. “Vamos inverter a equação perversa. vamos retomar o crescimento sustentável na economia brasileira. Vamos colocar a inflação para baixo e o crescimento para cima”, disse.
Na educação, prometeu colocar todas as crianças em escolas de tempo integral em quarto anos. “Quero ser cobrado por esse compromisso de, ao final de quatro anos, no nosso governo todos os jovens do nosso Brasil terão vaga em uma boa escola pública de tempo integral”, disse. “Para fazer tudo isso, vamos precisar unir o Brasil e as boas pessoas. Nosso projeto não é eliminar ninguém, apoiamos nos Estados partidos diferentes sem nada pedir em troca”, disse, na tentativa de demonstrar uma capacidade de dialogar com diferentes vertentes.
Críticas
Apesar de falar em “unir o Brasil” por um projeto, Eduardo Campos endureceu o discurso contra Dilma Rousseff e criticou indiretamente o tucano Aécio Neves ao falar da disputa por apoios eleitorais. Ao criticar nominalmente Dilma Rousseff, o ex-governador disse que os municípios estão quebrados e tendo que “mendigar migalhas em Brasília”, ao comentar a necessidade de uma reforma tributária.
“Quero assumir o compromisso que nessa reforma tributária vamos salvar os municípios brasileiros da quebradeira que Dilma os levou. Os municípios brasileiros estao de joelhos mendigando migalhas”, disse.
Ao criticar a formação de alianças, Campos disse que vai acabar com o “suga suga” dos cofres públicos. Na quarta-feira, Aécio Neves recomendou a partidos da base governista “sugar um pouco mais” e depois debandar para o apoio a sua candidatura.
“Precisamos e vamos romper com a velha política, esse espetáculo deprimente em Brasilia, reforcada nos últimos dias com a dança de ministério. Vocês sabem muito bem que eles tentaram entrar em duas canoas”, disse.
“Tem gente que acha isso bonito e tem gente que acha isso bem bonito. O povo trabalhador exige respeito. Vamos acabar hoje com o suga suga dos cofres públicos”, acrescentou.