Corpos de Campos e demais vítimas deixam SP neste sábado

A identificação dos corpos das sete vítimas do acidente aéreo que matou, na última quarta-feira, o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, foi concluída por volta das 13h deste sábado no Instituto Médico Legal (IML) central de São Paulo, e os restos mortais deixaram o Estado no início desta noite. 

O translado foi feito em três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), que saíram da Base Aérea de Guarulhos com destino ao Recife (PE), a Governador Valadares (MG) e a Maringá (PR). Os corpos deixaram o IML de São Paulo por volta das 16h30 deste sábado.

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A viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, pediu ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que todas as vítimas deixassem o IML ao mesmo tempo, rejeitando qualquer privilégio.

Além de Eduardo Campos, seguiram para o Recife os corpos das vítimas Carlos Augusto Leal Filho, o Percol, assessor da campanha, Marcelo de Lyra, cinegrafista, e Alexandre Severo, fotógrafo. O corpo do deputado federal Pedro Valadares será transportado com os demais para Recife, mas depois seguirá para Aracaju. Quanto aos dois pilotos, foram levados para Governador Valadres (MG) e Maringá (PR).

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João Lyra disse ainda que o velório de Campos e dos outros três deverá começar por volta das 22h, tão logo os corpos cheguem ao Recife. A cerimônia será realizada no Palácio Campo das Princesas, sede do governo. Uma missa está marcada para as 10h deste domingo, na praça da República, e o enterro deverá ocorrer às 17h, no cemitério Santo Amaro.

As informações foram passadas por João Lyra em entrevista coletiva no IML, da qual participou também o governador Geraldo Alckmin. Segundo ele, a etapa burocrática do processo de liberação dos corpos também já foi concluída. "As certidões (de óbito) do cartório de Santos (local das mortes) já foram lavradas, aí ficam liberados os corpos para que as famílias possam fazer as suas últimas homenagens", afirmou Alckmin.

Análise de DNA

A análise de material genético para identificação de corpos costuma demorar até um mês, e, em situações de emergência, pode levar uma semana. O caso de Eduardo Campos, no entanto, recebeu total prioridade do governo paulista, que formou uma equipe de 50 profissionais (peritos, legistas, antropólogos etc) e reservou toda a unidade central do IML da capital para concluir a identificação das sete vítimas o mais rapidamente possível.

De acordo com Norma Bonaccorso, superintendente da Polícia Técnico-Científica (responsável por IML e Instituto de Criminalística), o trabalho de análise das amostras de DNA, que depois foram confrontadas com os perfis genéticos traçados a partir de material coletado dos parentes das vítimas, foi “complexo”. “Foi algo trabalhoso no sentido de fazer com a maior brevidade possível. Nós intensificamos nosso trabalho. Tecnicamente, não existiu dificuldade. É um trabalho complexo e um pouco moroso, e nós avançamos e nos dedicamos”, afirmou.

Velório

Na última sexta-feira, o governo de Pernambuco definiu o percurso do cortejo fúnebre do local do velório até o Cemitério Santo Amaro, onde serão sepultados os corpos de Campos e das três outras vítimas. A expectativa é que onúmero de pessoas presentes nos atos fúnebres supere as 80 mil que acompanharam, há nove anos, o velório do ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos.

Também são esperadas para o velório e o sepultamento mais de 500 autoridades, entre as quais a presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição pelo PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, e a vice na chapa de Campos, Marina Silva - que deve ser anunciada candidata nos próximos dias - além de ministros, embaixadores, governadores e vice-governadores, prefeitos, presidentes de partidos e representantes de várias legendas.

Por volta das 19h15 deste sábado, Marina chegou à casa da família de Campos para se encontrar com a viúva Renata Campos e para participar do velório. Ela chegou acompanhada por Walter Feldman (PSB-SP), Miro Teixeira (PROS-RJ), Pedro Ivo (assessor de Marina), o ambientalista João Paulo Capobianco, da candidata ao Senado Heloisa Helena (PSOL-AL), do vereador Ricardo Young (PPS-SP) e da socióloga Maria Alice Setúbal e evitou falar com a imprensa.