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Marina poderia romper polarização PT-PSDB, diz 'Economist'

14 ago 2014 - 05h32
(atualizado às 07h07)
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<p>Vice de Eduardo Campos, Marina Silva pode assumir a corrida presidencial pelo PSB</p>
Vice de Eduardo Campos, Marina Silva pode assumir a corrida presidencial pelo PSB
Foto: Bruno Santos / Terra

Uma reportagem publicada nesta quinta-feira no site da revista The Economist afirma que, caso seja confirmada para disputar a Presidência no lugar de Eduardo Campos, a ex-senadora Marina Silva pode representar um "rompimento da polarização do debate político" brasileiro entre PT e PSDB.

A coalizão liderada pelo PSB terá dez dias para escolher seu novo candidato presidencial. Poucas horas após a morte de Campos, em um acidente aéreo, Marina Silva falou a jornalistas que não é hora de se falar em política, diante da tragédia pessoal.

Para a revista britânica, a coalizão liderada pelo PSB "quase certamente" optará por Marina Silva. A Economist cita o desempenho dela nas eleições de 2010, quando chegou em terceiro lugar, atrás de Dilma Rousseff e José Serra.

"Em 2010, Silva abalou o Brasil com sua candidatura presidencial, e em particular seu uso inteligente das redes sociais. Isso fez com que ela partisse do nada para chegar no terceiro lugar, com 20 milhões de votos. Seu idealismo e probidade funcionam bem com eleitores jovens e urbanos, cansados da política de sempre."

O site de negócios Bloomberg Businessweek destacou a oscilação do índice Bovespa e da cotação do real – que caíram inicialmente após a notícia da morte de Campos, e depois se recuperaram.

"A volatilidade reflete o debate sobre quem ganhará apoio nas pesquisas de opinião [com a morte de Eduardo Campos]", avalia a publicação.

A revista cita duas previsões conflitantes: a Nomura Securities International acredita que Dilma Rousseff será prejudicada; já o Instituto Análise vê Aécio Neves perdendo votos.

Pouco destaque

O jornal espanhol El País especula sobre o cenário eleitoral após a morte de Eduardo Campos, também citando Marina Silva como provável candidata. O jornal lembra a popularidade da ex-senadora entre os 40 milhões de evangélicos do Brasil.

"Neste caso, o mínimo que se pode especular é que será muito difícil para a candidata do PT ganhar as eleições no primeiro turno, já que o peso não só político como também emocional em boa parte do eleitorado poderá pesar a favor da [possível] nova candidata", diz o El País.

"O que ninguém esquece neste momento é que a morte de Campos (...) representa uma grande perda para a política e sociedade brasileiras, já que o socialista era considerado uma das figuras mais dignas e preparadas da classe política."

Na Grã-Bretanha, a morte de Campos foi notícia em diversos veículos de grande circulação e audiência, mas com pouco destaque.

Entre os grandes jornais britânicos, apenas o Financial Times destacou em sua capa a morte de Campos, dizendo que o episódio pode "mudar radicalmente as perspectivas para as eleições mais disputadas do país em mais de uma década".

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